domingo, 6 de junho de 2010

O Dia D e Paul Verlaine

Carlos Loures



Hoje, 6 de Junho, faz 66 anos que as tropas Aliadas desembarcaram na Europa e começaram a tomar de assalto as posições alemãs e italianas. O Eixo nazi-fascista começou a ser desmantelado. O Dia D (Operação Overlord) mais famoso da história militar foi 6 de Junho de 1944 - o dia em que a Batalha da Normandia começou - iniciando a libertação do continente europeu da ocupação Ao desembarque nas praias da Normandia sucedeu o avanço para o interior do território até Paris ser libertada em 25 de Agosto de 1944. Tudo isto nós sabemos. O que talvez nem todos saibam é que Paul Verlaine (1844-1896), o «poeta maldito», grande figura do Simbolismo francês, colaborou na Operação Overlord.

Senhas especiais foram divulgadas pelas rádios na véspera da investida. Tratava-se dos quatro acordes iniciais da Quinta Sinfonia de Beethoven, das palavras “Mickey Mouse” e dos versos “Les sanglots longs des violons de l’automne blessent mon coeur d’une langueur monotone”. De notar que em vários sites da Internet estes versos que desencadearam a mais famosa ofensiva da história militar contemporânea, são atribuídos a Charles Baudelaire.

É preciso ter cuidado com a informação que se colhe na rede. Porque nem tudo o que vem à rede é peixe. Aqui fica o poema completo:

Les sanglots de l'Automne


(Paul Verlaine)
Les sanglots longs
Des violons
De l'automne

Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure ;
Blessent mon cœur

D'une langueur
Monotone

Et je m'en vais
Au vent mauvais
Qui m 'emporte

Tout suffocant
Et blême, quand
Sonne l'heure

De-ci, de-là,
Pareil à la
Feuille morte.

(Poèmes saturniens)





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4 comentários:

  1. Maravilhoso, Carlos. O dia D e os acordes da 5ª sinfonia que ficaram para sempre como os acordes da liberdade.

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  2. Obrigado por nos lembrar o dia de hoje. O debate era entre Churchill e Hitler, sobre quem invadia a Polónia primeiro. Hitler avançou, o Reino Unido, que apoiava ao III Reich pela cabeça nunca coroada de David Windsor, que governaria como Eduardo, foi forçado a se demitir e se exilar. Darem-lhe o título honorífico de Duque de Windsor, e a sua amante também, Mrs Simpson. Foi admitida apenas após a morte do marido em Buckingham Palace: era viúva de um rei que governou apenas ano e meio, foi exilado em 1939 e apenas mais de 40 anos depois torno ao seu país, em Caixa Mortuária. São histórias por trás da História, que fui capaz de conhecer por ser o meu Reitor Filipe Mountbatten ou Duque de Edimburgo, e um dos meus estudantes, o filho mais novo dele com Isabel Windsor, denominada também Isabel II. Ela, como Rainha, nunca viu ao irmão do pai. Apenas Diane Spencer os visitava em Paris. O nunca-rei-coroado, tinha mandado organizar uma aliança ao seu PM Chamberlain com o proprietário do Reich. Mal Churchill soube, correu a câmara e denunciou o facto. A opinião foi unânime, fora com David…Hitler costumava dizer que a pior inimiga que tina na Grã-Bretanha era Lady Elizabeth Parker Bowles o Rainha consorte, e depois, Rainha-mãe. Nunca abandonou Londres e foi bombardeada duas vezes. Com bom humor, comentou ao povo que Rei e Rainha visitavam: estou contente, a parte del East End do Palácio ruiu, assim vós posso ver melhor. East End, o bairro de inmigrantes, estrangeiros e mais pobre da Inglaterra

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  3. É-me quase impossível deixar de acrescentar ideias ao meu comentário. A primeira é simples: é necessário ser erudito, como o Economista Luís Moreira e o Escritor Luís Loures, para nos lembrar, em dias de dor e vingança sem sentido do Israel, uma data tão importante, que mudou o rumo da nossa vida. Se, apesar dos debates entre Eisenhower e o Mariscai Montgomery, não havia acordo para uma invasão massiva no Continente Europeu, estaríamos hoje baixo a bota do fascismo que, com todo, tem uma certa tendência para arrebitar. A prova somos nós até 1974, e também no Chile, com os imensos assassínios do ditador que, para o meu prazer, morreu réu e só e os seus bens têm sido confiscados. Eisenhower foi terminante: invadimos e pela parte menos suspeita para o nazismo: Normandia. Assim foi feito. Montgomery, na sua fleuma britânica, teve que calar, com uma condição: ser o comandante das tropas. Eisenhower duvidava, o mariscai não tinha cabeça para tanto. A sua sorte foi que teve a Patton e Churchill para aprovar a sua destemida missão. Os mortos eram tantos, que a invasão ia-se perdendo, mas os escoceses, calmos e a tocar a gaita-de-foles, entraram por outro sítio da França, mais ao Norte e encurralaram aos nazis, aos dividir em dois exércitos separados."OK, nós vamos."
    - General D. Eisenhower, na véspera do Dia-D (5 de Junho de 1944).
    Lembrar-se desta data no dia em que o Israel torna a atacar um navio de ajuda humanitária, apenas faz pensar que esse país devia sofrer um D-Day também----

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  4. Obrigado, prof. mas o Carlos loures é que não deixa passar nada de importante.

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