tag:blogger.com,1999:blog-8987780389883326243.post6525530472486854870..comments2024-03-20T08:12:54.925+00:00Comments on Estrolabio: Leva da Morte – 16 de Outubro de 1918Luis Rochahttp://www.blogger.com/profile/12047873776811424115noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-8987780389883326243.post-14493057867638429962010-10-17T16:12:21.397+01:002010-10-17T16:12:21.397+01:00José Brandão, o meu amigo é um excelente historiad...José Brandão, o meu amigo é um excelente historiador, mas como editor não iria longe - então faz-se uma coisa destas, um comentário que daria uma magnífico post? Temos de ser poupados. Se não se importar, vou transformar este comentário num texto autónomo e põ-lo à leitura dos noctívagos e das pessoas que vivem noutros fusos horários. Muito obrigado, José Brandão.carlos loureshttps://www.blogger.com/profile/15270105829083559782noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8987780389883326243.post-44752555847599960472010-10-17T14:52:09.363+01:002010-10-17T14:52:09.363+01:00No que respeita ao homem que assassinou Sidónio Pa...No que respeita ao homem que assassinou Sidónio País as coisas não são muito claras. Libertado, em 19 de Outubro de 1921, por um grupo ligado à revolta da Noite Sangrenta, só muito mais tarde José Júlio da Costa voltará a ser preso, e desta vez para sempre. Um indivíduo chamado António Maria Fernandes, morador no Bairro de Alfama, decidira dar caça ao matador de Sidónio Pais. Na posse de um salvo-conduto passado pelo Ministério do Interior, que lhe permitia, se necessário, requisitar o auxílio da Guarda Republicana, este ignorado funcionário público pôs-se a percorrer o País e, depois de ter estado em Garvão e no Algarve, consegue saber que José Júlio da Costa se encontrava numa pensão para os lados de Matosinhos, para onde se dirige, acompanhado de um irmão de Júlio da Costa.<br />Na sexta-feira, 14 de Janeiro de 1927, o prédio onde se situa o Hotel e Café Central de Matosinhos está cercado pela Guarda Republicana e o proprietário, Alberto Midões, não terá muitas dúvidas em resolver o assunto, entregando José Júlio da Costa aos seus captores.<br />Na manhã de sábado, Júlio da Costa segue preso para Lisboa num compartimento reservado numa carruagem de segunda classe, e, ao chegar à Estação de Entrecampos, deixa tudo espantado com o seu aspecto trôpego e extravagante. Curvado, pálido, com uma mão no bolso, vestindo um sobretudo engelhado, por detrás do qual se vê um colete branco e uma camisa alaranjada, a completar com um chapéu alvadio amarrotado e umas botas amarelas, José Júlio da Costa é metido num carro celular, que segue em direcção à Avenida Duque de Ávila, para depois tomar o caminho do quartel de Caçadores, em Campolide. À frente vai uma companhia da GNR a cavalo e atrás segue outra. O homem que comanda esta operação chama-se Agostinho Lourenço. Fora governador civil de Leiria no tempo de Sidónio e era agora chefe da Polícia Política que a ditadura do Estado Novo começava a ensaiar.<br />Às oito horas da noite de 28 de Janeiro de 1927, José Júlio da Costa dá novamente entrada na Penitenciária de Lisboa, vindo a morrer louco, 19 anos depois, no dia 16 de Março de 1946, no manicómio Miguel Bombarda, em Lisboa, referindo a sua certidão de óbito que se tratou de morte por «esquizofrenia».<br />Como se comportou durante esses anos? Que conversas teve com carcereiros e enfermeiros? Que impressões guardaram dele os companheiros de cárcere ou das horas de passeio na cerca do Miguel Bombarda? Não se sabe. Guardas e enfermeiros, presos e loucos todos morreram, entretanto. E os que não morreram esqueceram-se. A morte e o esquecimento são as duas grandes notas dominantes na história do carrasco do presidente Sidónio Pais. O homem que, na noite de 14 de Dezembro de 1918, conseguiu a celebridade que procurava não a pagou com a vida, como seria de esperar, como ele próprio esperava. Pagou-a com o aniquilamento da sua personalidade e do seu nome e com a dúvida que deixou para sempre a seu respeito. Alguém quis que assim fosse. Mas quem?<br />Diz-se que Júlio da Costa foi durante muito tempo protegido e amparado por Ana de Castro Osório, ilustre republicana, colaboradora de Afonso Costa e fundadora da «Liga Republicana das Mulheres Portuguesas». <br />Outros, como Rocha Martins, acusam destacadas figuras do Partido Democrático de estarem por detrás da cobertura que durante longos anos protege o assassino de Sidónio Pais.José Brandãohttps://www.blogger.com/profile/17124900800396845792noreply@blogger.com