Sílvio Castro
Difícil é definir o espaço a partir da presença felina
de Mino que surpreende o meu espaço com o seu passar
felpado, enriquecendo de espaço o meu estar no mundo.
Passa Mino e com ele ultrapasso os limites do espaço
que me circunda e chego a novos espaços feitos
de ilimitadas estradas que de Mino vão a um eu refeito.
Quando Mino não mais passa, mas sonha no meu espaço
nas dezoitos horas de seu supino sono, sonho novos
espaços acompanhando o ressonar dos nossos sonhos.
Fixando sem cansaço o ressonar de Mino, não mais sei
quem sonha, eu ou Mino, e de quem seja agora este
espaço novo, seu ou meu, pois nele estamos, Mino e eu.
Imponderável se faz o tempo da minha contemplação de Mino
no seu espaço de ressonados sonhos em que estou presente
e ele escuta felinamente o meu seu prescrutar fremente.
Quando Mino se ausenta, o espaço se faz ausência
e meu tempo se mostra fora do natural olhar
que colhe flores e frutas no largo espaço de bem-estar.
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
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