domingo, 19 de dezembro de 2010

Coisas do futebol -(e não só), por Carlos Godinho



(Foto de Francisco Paraíso)
Deco

Ontem deu uma curiosa entrevista ao jornal "A Bola", através do meu amigo José Manuel Freitas. Sei que alguns dos visitantes deste blog não o apreciam, mas não é esse o meu caso dado que depois de o ter conhecido o considerei uma pessoa extremamente inteligente e sabedor, como poucos, dos caminhos que trilhava. Esteve sempre disponível, algumas vezes prejudicando mesmo a sua carreira nos clubes onde se encontrava. Nunca duvidei das suas intenções nem tenho motivos reais para tal. Estando de fora, talvez não compreendesse algumas das suas opções ou palavras. Aqui na Selecção nunca foi esse o meu entendimento. Admito opiniões contrárias, como quem não pensa como eu terá de aceitar as minhas. Não vou obviamente falar das suas palavras acerca de Carlos Queiroz, dado que não sou seu advogado, nem ele precisa de tal. As suas conclusões e ideias são claras e só o próprio as poderá rebater, mas quero reafirmar aquilo que disse de uma forma simples e objectiva: "Como já lhe referi, sinto falta de Portugal pelas mais variadas situações, muito especialmente porque o País está inteirmente ligado à minha vida. Nessa medida, na minha cabeça está muito claro aquilo que sou: por tudo aquilo que vivi sou português de coração! E isso chega, pois não há forma de conseguir demonstrar sentimentos."

BPN

Segundo o "Expresso" de hoje, num artigo impressionante, cerca de 20 quadros superiores do BPN, sem trabalharem desde 2008, continuam a receber os seus vencimentos, havendo mesmo alguns deles pronunciados por crimes relacionados com a gestão danosa do banco. Foi um autêntico assalto à mão armada aquilo que alguns elementos dessa instituição bancária fizeram aos nossos bolsos, dado que na realidade, clientes ou não, estamos todos a pagar e não se sabe, segundo o jornal, quando deixaremos de o fazer. Se fossem quadros baixos do banco decerto que já teriam sido despedidos, mas como são superiores e no final, como é hábito, serão considerados inocentes e indemnizados, por lá continuam, enquanto o Zé Povinho continua a pagar. O azar do Madoff foi viver nos EUA, tivesse ele vivido e roubado, como o fez, em Portugal, e estaria decerto em grande situação financeira com alguns largos milhões em off-shores nas Caraíbas, curtindo a vida como se nada tivesse acontecido.





Ao sabor...do vento do deserto

Para os bloguistas, pessoas como Blatter, são uma alimento fantástico. Depois das declarações sobre os homossexuais, ontem veio pedir desculpa aos ditos. Depois das declarações de Platini sobre o facto do calor no Qatar, em Junho, não ter qualquer inconveniente, ontem veio também sugerir, tal como Beckenbauer, que afinal o mundial desse ano poderá ser disputado noutra época, ou seja no inverno. Ora, depois de meio-mundo, em toda a imprensa mundial, e na internet, se ter referido que as temperaturas naquela região seriam insurportáveis para os jogadores e mesmo para os adeptos, e de também se ter referido que os hábitos, costumes, tradições dos povos arábes seriam incompatíveis com a chegada de centenas de milhares de estrangeiros com hábitos diversos, vem agora dizer que tudo será possível. Amanhã o que dirá? Uma certeza tenho eu, em 2022 já não será presidente da FIFA, pelo que quem vier a seguir feche a porta e leve com o odioso.

2 comentários:

  1. Cá já se percebeu que não acontece nada, há muita truta importante no caso, e um arrastaria os outros. Mas andarmos nós a pagar o roubo de suas Exºs é que é do caraças...

    ResponderEliminar
  2. Há efectivamente que lamentar a tristeza que é o caso BPN (o estado "social" é na realidade o estado "bancal", cortem-se os apoios aos menos favorecidos, deixe-se cair a classe média)e pensar se não era melhor que o campeonato mundial de 2022 vá para outro lado que não o Qatar. Mas há sobretudo que felicitar o Carlos Godinho por estas três notícias, apresentadas por um profissional a sério.

    ResponderEliminar