quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Há mais vida para além da Universidade.


Foto de José Magalhães

Coimbra, capital do Distrito de Coimbra, é a maior concentração urbana da subregião do Baixo Mondego, com uma população que ultrapassa os cem mil habitantes. Os estudantes representam cerca de 30% dessa população. Recheada de referências históricas e culturais, foi Capital Nacional da Cultura em 2003. Coimbra, a Lusa Atenas, designação vulgarmente usada, tem indústrias, comécio - a sua área de influência estende-se por ume região com cerca de dois milhões de habitantes. Tem vida para além da Universidade.

É uma cidade com um grande peso histórico e sede de uma região de signiificativa importância económica.  Hoje, às 21 horas publicaremos uma entrevista  com o Professor Boaventura de Sousa Santos (concedida ao Diário As Beiras) onde é ponderada a ligação estratégica da urbe à Universidade. E chama a atenção para a «cumplicidade da cidade (e da universidade) com o regime de Salazar» que terá criado uma certa animosidade nacional contra Coimbra. Na verdade, o regime de Salazar e o seu serviço de Propaganda, prolongaram pelo século XX uma visão da realidade coimbrã herdada do século XIX - a de estudantes, tricanas e futricas, como no In Illo Tempore  de Trindade Coelho. Animosidade que, segundo o Sociólogo, se reflectiram numa certa marginalização e desinvestimento. E conclui assim o raciocínio: «à medida que os anos passaram , a presença nos governos de políticos oriundos de Coimbra foi rareando e a influência mediática dos professores de Coimbra foi desaparecendo. Na cidade tudo passou a durar décadas para ser conseguido, de espaços para congressos a metros urbanos e suburbanos. A imagem mais patética da perda de relevo da cidade é o “apeadeiro” de Coimbra-B. Pode Coimbra aspirar a ter importância no futuro quando os visitantes ao descer dos comboios recuam um século?»

Palavras a não perder, logo às 21 horas.

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