(Continuação)
Ao longo dos seus mais de vinte anos de existência contribuiu para a afirmação da Antropologia no domínio das ciências sociais em Portugal, formou uma parte significativa dos antropólogos portugueses, incluindo docentes de outras escolas, e obteve, na última avaliação externa dos cursos de Antropologia efectuada pelo Conselho de Avaliação da Fundação das Universidades Portuguesas, a classificação global mais elevada dos cursos de antropologia existentes no país.
A pouco e pouco começaram a aparecer os novos membros que fizeram da nossa Licenciatura um Departamento. Ainda lembro o dia em que fora a fala comigo Manuel Villaverde Cabral , referido no Seminário ISCTE-UNESCO, e que escrevei connosco o livro editado pela CUP (Cambridge University Press) e Maison de Sciences de l’Homme, onde ele tinha feito um doutoramento de Terceiro Ciclo, renovado por mim e outros, na Universidade Técnica, nos anos 80 do século passado. Dizia eu que apareceu no meu Gabinete para me avisar que. “Raúl, como parece que estás a formar uma licenciatura em Antropologia, tenho um presente para ti. Acaba de aparecer, desde a sua Universidade de Oxford, o nosso amigo João de Pina Cabral, que gostaria imenso ensinar contigo no ISCTE”. Como era evidente, fiquei feliz e solicitei para ele aparecer tão cedo quanto possível. E apareceu meia hora depois. Estava à espera do “manda chuvas” da Antropologia no ISCTE. Falamos, esticamos a mão para nós cumprimentar, à inglesa e solicitei se queria trabalhar connosco, ele rapidamente disse sim e, a minha proposta ao José Manuel Paquete de Oliveira, eterno Presidente, para o seu mal e o nosso benefício, do Conselho Directivo desses dias, aceitou, enviou um memorando a nossa Secretária do ISCTE desses dia, Maria do Carmo Lopes, essa Senhora que enquanto trabalhava, estudava Direito e hoje é Advogada. Era para mim muito estranho: quando estávamos sós, eu era “Senhor Professor Doutor”, quando havia mais pessoas, eu era “O meu Caro Amigo Iturra”. Costumes da vida! O Decreto foi rapidamente passado e aprovada a sua entrada no Conselho Científico do ISCTE em 1983, mês de Abril. João de Pina e Cabral, o seu nome real, integrou a nossa equipa, já organizada com um dos fundadores do ISCTE, Joaquim Pais de Brito, Robert Rowland, referido em extenso neste Capítulo, e José Fialho Feliciano , ou Zé Fialho, como gostava ser referido, e um “roubo”, manipulado pelo JM Paquete e o Professor João Ferreira de Almeida, para trazer da Universidade Nova de Lisboa, ao nosso brilhante Antropólogo, José Carlos Gomes da Silva, referido no Capítulo 4 deste texto. Éramos muito amigos, mas, a seguir, nunca sabia se era ou não. Eu sempre o estimei, especialmente na época em que passou a trabalhar connosco no Instituto Gulbenkian de Ciência, ou quando íamos a ouvir música de Händel, num barco fretado especialmente para ir desde a Trafaria até Cascais, para a Orquestra Sinfónica de Lisboa. Os nossos almoços, eram trocas de ideias de exílio –ele tinha fugido para a França primeiro e para Bélgica a seguir, para não ser levado a guerra de Portugal na África, com a colaboração do nosso adquirido por “roubo” também da Universidade Nova, João de Freitas Leal.
A maior parte dos meus amigos não saíram de Portugal e cumpriram a sua labor patriótica ao aceitar cumprir o Serviço Militar Obrigatório nesses dias de guerra na África, e ficaram nas fileiras de Mafra, o Professor José Madureira Pinto, comunicado a mim por telefone e correio electrónico - de 6 de Março de 2008, ou nos armazéns da aviação durante 7 anos, o Professor João Ferreira de Almeida, comunicado a mim pelo próprio faz já anos, e lembrado ao telefone pelo Prof. José Fernando Madureira Pinto, ao telefone a 6 de Março de 2008. Ainda, contado a mim pelo próprio, Afonso de Barros foi ao campo de Batalha na África Angolana, onde servia como Advogado e Gestor do Armazém do Exército, por ordem especial do sucessor do ditador, Caetano, de quem o Prof. Afonso de Barros era sobrinho. Disse-me um dia: “Eu nada pedi, mas a minha mãe...”. Grande sorte, porque Angola foi o pior campo de batalha, entre os nativos, portugueses e unidades de Cuba e da então União Soviética, que queriam Angola como República Socialista. Afonso esteve lá mais do que quatro anos. A mãe soube-o proteger. O Prof. Gomes da Silva, não tinha ninguém, era Portugal um segundo exílio, desde a Índia a Portugal, a seguir Bélgica, onde não sabia o quê fazer nem com quem sair. Entendo tão bem a situação! Já a tinha vivido e por ser assim, ele confiou em mim e relatou imensas ideais e factos que, por serem dele e ao calor de, nesse tempo, amizade, eu não vou referir. Morrem com nós. Apenas reiterar que essa falta de ajuda pessoal familiar que eu também não tive nos meus dias de Campo de Concentração, foi substituída por pessoas desconhecidas, excepto dois na Grã-bretanha: o meu antigo colaborador Gonzalo Tápia, e a minha amiga Wendy Tyndale . O Prof. Gomes da Silva apenas tinha discípulos e João de Freitas Leal, era um deles que, com ajuda partidária, colaborou na saída clandestina do, hoje nosso Catedrático, que, por nada querer dizer, prestou provas para a Cátedra em Antropologia, na Universidade do Minho. Parece-me que devo referir mais uma vez o seu currículo, o mais interessante entre a Antropologia de Portugal .
Organização da Licenciatura de Antropologia no ISCTE e as suas relações com o exterior.
Tornando ao texto central, João de Pina e Cabral foi um grande colaborador na organizar da nossa licenciatura. Robert Rowland apresentou uma proposta, com matérias, horários, distribuição do serviço docente e outras actividades. Ficamos surpreendidos e agradecidos, mas havia qualquer coisa que....faltava, faltava, faltava...ideias, matérias e actividades sobre o quê queríamos também leccionar. Solicitei aos nossos cinco docentes para meditarem na proposta. Éramos cinco ainda e estávamos a passar todos a ensinar na minha matéria de Introdução à Antropologia, no 1º ano da Licenciatura de Sociologia, excepto Joaquim Pais de Brito, que tinha uma optativa na referida Licenciatura, criada bem antes do que a nossa, denominada Etnografia Portuguesa. Todos passaram pela minha cadeira, como colaboradores. Tínhamos muita coisa a dizer e era muito aborrecido andar a dizer o mesmo, com outras palavras e desde outro ponto de vista. A Licenciatura devia ser criada. Alberto Román Dias deu o derradeiro empurrão. Não esqueço o dia em que João de Pina Cabral, encontrara-me no átrio no único Edifício do ISCTE de ontem, e rapidamente disse: “Meu Caro Raúl, tens lido o Diário da República de hoje? Há um Decreto do Ministério da Educação que autoriza criar a nossa Licenciatura em Antropologia Social!” . Esse o nosso alvoroço era fruto do Diário da República de 4 de Abril de 1983: podíamos existir de forma autónoma!, ou, por outras palavras, deixava-mos de ser uma cadeira da Licenciatura de Sociologia ao poder criar todo um curso novo. Esse dia, parecia alegre e destemido. O que havia por enfrente, era mais complicado. Novas cadeiras para quatro anos do curso Foi o ano que começamos a matricular o nosso primeiro ano de estudantes próprios. E um 2º ano muito pequeno, de estudantes auto transferidos da Licenciatura de Sociologia e que, por ter gostado da matéria de Antropologia do seu 1º ano de Sociologia e saber bem o que Joaquim Pais de Brito ensinava, queriam ser Antropólogos. O Professor João Ferreira de Almeida, disse-me: “Bom, as nossas tardes descansadas no teu Gabinete acabaram. Agora tens muito afazer ao presidir esta nova Licenciatura. Mas, cuidado, não andes, como sempre faz, a seduzir aos nossos estudantes com as histórias do teu trabalho de campo e outras, isso rouba - nós clientela!”, com esse simpático sorriso de amizade que sempre me ofereceu, excepto quando estava zangado, tantas vezes! Mas, eu já era amigo de casa, e almoçávamos juntos ele, Maria Eduarda do Cruzeiro e eu. Dias passados já! Na era da globalização, nem há tempo para nos visitarmos, andamos todos a correr a ensinar, viajar, escrever, pesquisar, pertencemos a imensas associações, há actividade académica in situ até aos Sábados referido a mim ao telefone, neste dia de 8 de Março de 2008, pelo o meu antigo Assistente, hoje o Doutor Filipe Reis. Paulo Jorge Pinto Raposo, hoje o nosso Doutor e Professor Auxiliar, Antónia Pedrouço de Lima, tal como Paulo Raposo, hoje a nossa Doutora e Professora Auxiliar, Susana de Matos Viegas e Nuno Porto, que herdou os meus trabalhos de Catedrático Visitante em Coimbra, hoje com especialização em Museologia enquanto Susana de Matos Viegas, a sua mulher, tem-se dedicado a Nacionalidade e Cidadania e aos estudos de Indigenistas bem como a promover a por mim criada APA, da qual foi Presidente em 2007. Os primeiros estudantes recrutados para a nova Licenciatura, transferiram-se da Licenciatura de Sociologia, como Teresa Sacchetti, hoje em dia comerciante, licenciada em 1986, António Medeiros, hoje o nosso Professor Auxiliar em Etnografia da Europa, Ana Cláudio, docente de Antropologia em Guimarães e Paulo Valverde, mais tarde Assistente no nosso Departamento, a trabalhar com João de Pina Cabral, Universidade Técnica, Pedro Queirós, quem desistira do curso. Paulo Valverde, mais tarde, foi o nosso Assistente em Estudos Etnográficos.
Esse primeiro ano, foi desarrumado, todos os transferidos da Licenciatura em Sociologia, tinham cursado já o 1º ano comum para Sociologia e Antropologia, pelo que no anos de 1983 foi preciso abrir dois anos, um primeiro, formado por os novos discentes, vários referidos nas linhas que antecedem esta, e um 2º muito pequeno, com os transferidos e outros recuperados para o ISCTE, antigamente do Curso de Sociologia, com cadeiras já aprovadas desse primeiro ano em comum de Sociologia e Antropologia. Entre eles, o hoje o meu amigo íntimo, Luís Silva Pereira, que costumava falar comigo no meu Gabinete, conversas simpáticas e muito abrangentes de intimidades e debates de teoria. Nesses tempos, enquanto o nosso novo Primeiro Ano de Licenciatura estava integrado por, pelo menos, 20 discentes, o novo 2º ano tinha apenas quatro, referidos como auto transferidos do curso de Sociologia para este novo curso. Foi sorte que Luís Silva Pereira tiver escolhido Antropologia: de quatro discentes, passaram a ser cinco. Eu diria que éramos mais docentes que discentes...Vários não assistiam as aulas, à noite, e, por vezes, tínhamos apenas um estudante ou...nenhum.
Lembro com certeza, ser as vezes um alívio não ter que dar mais aulas, após dias de reuniões, tutorias para os discentes do nosso experimento de Primeiro ano, ou, por outras palavras, um alívio de não ter mais que falar. Eu sou, saibam ou não os leitores, cotovia, mal há luz de dia, acordo, mas, à tarde do inverno, já noite, adormeço...Eis porquê nunca aceito convites a jantar, não consigo articular palavras! Para me animar mais, ao estarem presentes dois ou três discentes, os convidava ao meu Gabinete, com café e bolachas, ou pagos por mim, ou com a contribuição dos estudantes. Era uma nova forma de ensinar aulas de Palestras! . Tinha aprendido este sistema de ensino na minha Universidade de origem, Cambrige, Grã-bretanha. Normalmente, nessa universidade privada- o ISCTE é uma Universidade pública- o tratamento aos estudantes era praticamente de um a um ou tutorias: não era em vão pagavam imenso dinheiro para aprender mais. O que eu fazia, normalmente, com os meus discentes ingleses, era os convidar a minha casa para falarmos enquanto bebíamos chá com bolachas, oferecidos pela minha mulher, que entendia que a intimidade que não ultrapassa os limites do respeito às hierarquias, abriam a mente para preparar para o passo seguinte, o meu denominado processo de ensino-aprendizagem, definido por mim num meu texto de 1994, conceito sobre o qual tenho um c@ ou copy right. Com os ingleses era facílimo, sabiam distinguir trabalho-trabalho, de conhaque - conhaque. Sabiam distinguir, pelo que, um amoroso par dele e dela, esse lindo casalinho, costumar levar, dentro duma bolsa, uma garrafa da qual bebiam e iam ficando estonteados. Nunca mais os convidei, a esse filho de um Duque e a filha de um Embaixador Inglês na Suíça. Foi ela quem me convidara uma noite a jantar num dos sítios mais caros de Cambridge, à luz da vela da mesa, no Arts Theatre Lounge! Confesso que adormecia, mas a conversa animada dela, manteve acordado a este ser com inclinação a ser cotovia. As aulas de anfiteatro, eram apenas uma vez por semana, enquanto entre nós, é uma após outra, até ficarem os estudantes extenuados, especialmente por se mudar de Semiologia para, por exemplo, Antropologia Económica, ou de Etnografia, para Museologia. A nossa sorte em Portugal, é ter entrado no sistema de Bolonha e as tutorias, criadas por mim e colaboradores, nos anos 80 do Século passado. Importadas também da minha Universidade, na qual sou Agregado e membro do Senado, até a morte.
Notas:
Manuel Villaverde Cabral, quem me oferecera um dia um almoço, junto com José Carlos Gomes da Silva, na sua casa de Morelinhos, no Vale do rio Tambra, que ele denominou o almoço dos “refugiados”. Costumava aparecer na minha casa da Parede para almoçar, com os seus dois filhos varões e íamos falando e debatendo ideias. Ensinou-me o Portugal Histórico e foi um dos primeiros em apresenta um ensaio no Seminário inventado por mim, das Quintas Feiras às 14 horas. Está referido em: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&sa=X&oi=spell&resnum=0&ct=result&cd=1&q=Manuel+Villaverde+Cabral&spell=1 , especialmente com obra e trabalho, na página web pdf: http://www.ics.ul.pt/rdonweb-recursos/corpocientifico/mvcabral/cv_manuel_villaverde_cabral.pdf , com um impressionante currículo, que é de parabéns para ele!
José Fialho Feliciano, o meu primeiro colaborador, esse que ainda nos anos 80 não entendia a estrutura da vida académica nem tinha muito tempo para acabar a sua tese de doutoramento, começada no seu exílio na França com Georges Balandier , para escapar ao regime corporativo, foi requerido pelo. Nesses dias, Presidente do nosso Conselho Científico, o Senhor Professor Doutor João Ferreira de Almeida para prestar provas de Assistente e assim se manter dentro da carreira académica. O Zé Fialho, como gosta ser denominado, foi de imediato falar comigo para dizer que devia prestar essas provas. Reagi de imediato, comentei: “A tua idade? O melhor é fazer o doutoramento, é a única prova que eu solicito, especialmente se já foi começada. Espera aí” e fui falar com o meu Senhor Professor Presidente do CC. Comentei de imediato que não me parecia razoável esse pedido, antes doutoramento que provas de Assistente. Ele rapidamente aceitou a ideias, com uma condição, que as provas para Doutor deviam ser prestadas em breve. A minha resposta foi rápida: “Senhor Professor, deixe isso comigo”, e, após um ano de trabalho, Zé Fialho defendia a sua tese, era Doutor por unanimidade e louvor, após eu ter arguido não a tese, mas aos comentários da minha convidada para o júri, a minha amiga Jill Dias, que tinha atacado a tese, como era hábito fazer na Universidade Nova de Lisboa, e por corridas e concorrências académicas: os dois trabalhavam na África! Sinalei de imediato os erros da sua arguição, especialmente sobre Junod e a forma de trabalho de campo desse primeiro investigador dos Thonga, em 1889, que “comprava” informação, enquanto Zé Fialho vivia com os membros do clã, era trabalho de campo com observação participante. Porque, Senhor Leitor, ninguém toca aos meus é todo o Departamento, a única família que tenho em Portugal e no mundo, sem eu ficar com muita raiva e a defender com teimosia, mas com respeito, o que fiz no caso do Zé, como em outros. O segredo do debate do júri, fica comigo, mas foi aprovado com distinção! Nas minhas mãos, sobre a secretária onde escrevo, está o livro que conseguimos fazer como tese em menos de dois anos, começamos em 1984 e acabamos em 1986, data da defessa. Passou a livro em 1998, Antropologia Económica dos Thonga do Sul de Moçambique, Editado pelo Arquivo Histórico de Moçambique. José Fialho Feliciano, homem enérgico, amigo fraterno, de bom convívio, esta referido em:
http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Jos%C3%A9+Fialho+Feliciano&btnG=Pesquisar&meta= ,especialmente a página web
: http://www.degois.pt/visualizador/cv.jsp?key=1317838707913880 , na qual aparece o seu currículo. Hoje é membro do, por ele criado, Centro de Estudos Africanos, onde ensina Desenvolvimento e Antropologia Económica e é Catedrático de Antropologia na Universidade Aberta de Lisboa. Não temos perdido um docente, temos ganho um Catedrática para ensinar connosco no nosso Centro de Estudos Africanos.
O passado é o passado, mas há passados que não perdoam. Wendy Tyndale era uma amiga muito especial, que perturbou as minhas emoções, o que de imediato confessei a minha mulher, que até o dia de hoje não perdoa, bem como as minhas filhas ao pensarem que eu era um denominado “mulherengo”. Nesses dias de conflitos no Chile, qualquer pessoa ao pé de nós, era uma ajuda inacreditável. A minha mulher acompanhava, mas Wendy andava comigo em pesquisa de campo. Como a história é também dela, não acrescenta mais nada, excepto a sua referência na net: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Academics+for+Chile+1974+Wendy+Tyndale&btnG=Pesquisar&meta= especialmente a página web que refere a sua obra: http://books.google.com/books?hl=pt-PT&lr=&id=09ens2qGXZUC&oi=fnd&pg=PR7&dq=Academics+for+Chile+1974+Wendy+Tyndale&ots=W-dKacvn4g&sig=EJ5umIQrp0_xQASAbxDr_WRbVjM e, de forma especial, a página web que refere os movimentos na Grã-bretanha de Humans Rights, Academics for Chile e outras associações. Bem como: http://scholar.google.com/scholar?hl=pt-PT&q=author:%22Tyndale%22+intitle:%22Visions+of+Development:+Faith-based+Initiatives%22+&um=1&ie=UTF-8&oi=scholarr ,. Que refere um dos seus livros: Visions of Development: Faith-based Initiatives
WR Tyndale - 2006 - books.google.com Bem como Douglas Guifford, a minha contraparente no convénio assinado entre o nosso CEAC a Escocesa Universidade de St. Andrews, que me dera uma lição ao visitar o nosso Departamento CEAC e pernoitar na nossa casa. “Rául, Science is Science, no need of ideologies, least of all, Marxist ideology”. No entanto, colaborou com academics for Chile e escreveu um Parecer sobre mim, para colaborar na minha libertação do Campo de Concentração, ao dizer que eu “era um excelente cientista e, além do mais, um excelente ser humano”, o que ajudou a minha libertação e voltar pata Grã-bretanha. Referido em: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=+Scotland+Saint+Andrews+University+Prof+Douglas+Gifford+&btnG=Pesquisar&meta= , especialmente na pagina web que diz: D.J. Gifford Travel Fund
This Fund was set up to mark the retirement of the late Professor Douglas Gifford in 1989. It is to enable students travelling to South America, Central America or Mexico to supplement their budget, either to acquire items for their research or to help with their travel and living expenses. Students, who are interested, should obtain an application form from the secretary and hand it into the Chairman before the end of March, stating their motive for applying and the purpose, which a scholarship would serve. Please note that the Fund is not intended to finance a whole trip, but to serve as a supplement. Que era um homem bom, era o próprio Douglas, quem fez esse parecer sobre mim, ajudou a minha libertação e entro no movimento Academics for Chile, na sua profunda fé presbiteriana.
Para não cansar ao leitor, vou referir apenas o seu mais recente livro, editado em português pela Assírio e Alvim: O discurso contra si próprio, 2003
O nosso professor Agregado em Etnografia Portuguesa, faz já vários dias, acabou o seu Doutoramento começado na França do exílio Português, com Isaac Chivas, esse o meu colega no Collège de France, no ISCTE Democrata. Lembro o dia que, como Presidente de Departamento, tive a obrigação e, eu pensava, o prazer, de dizer: “Joaquim, cá estás bem e protegido, mas estavas mais protegido, se acabares a tese e prestares provas de Doutoramento”. O presidente do CC- nesses dias João Ferreira de Almeida, tinha-me mandado dizer essas palavras. Palavras que, por discrição, não referi na reunião. Bem a ele só no corredor. De certeza, apavorado pelas datas, ele disse-me que se for assim, ia-se embora do ISCTE. Rapidamente fiz andar o coração para responder: E nós Joaquim, e a nossa Licenciatura, que precisa de ti, o cientista que sabe mais de Etnografia Portuguesa em Portugal e no mundo fora?. Na sua sabedoria, acabou em dois meses, com a cumplicidade do seu amigo Fernando Oliveira Batista: enquanto o nosso excelente professor escrevia, páginas e páginas eram impressas e transformadas em formato de tese e acumuladas na Presidência do ISCTE, onde o nosso Presidente desses dias, Afonso de Barros, que sabia, guardava silêncio e ria e piscava o olho. A tese foi acabada dentro de esse ano, organizamos o júri, comigo dentro, Issac Chivas do Collège de France foi convidado, mas, por doença não podia aparecer, foi defendida e teve o mais alto valor. Joaquim não se tinha preocupado antes, porque ainda havia dois ISCTE: o do antigamente, que no podia outorgar graus além de licenciatura, e o nascido em 1990, que podia organizar cursos de Mestrado, Doutoramento e outras actividades de pós graduação. Era o motivo pelo que tinham-se organizado os Centros, para orientar pesquisa, onde Joaquim foi o pai do CEAS, inscrito com Acta de Notário e comemoramos esse dia dos anos 90, com um almoço. Joaquim Pais de Brito, já com a tese feita livro, ofereceu-me uma cópia do livro de sua interessante colecção e cumprida colecção de livros sobre Portugal, denominada Portugal de Perto, com uma linda dedicatória: “Caro Raúl Iturra, deixo-te, com um abraço, (lembrando outros tempos em que bem o apoiaste) este o meu Rio de Onor, assinado. A sua pesquisa era bem temida: uma reconstrução do feito por António (Jorge) Dias, na mesma aldeia, nos anos 40 do Século XX: 1995, Retrato de Aldeia com Espelho. Ensaio sobre Rio de Onor, Publicações Dom Quixote, Lisboa. As referências ao nosso Agregado Professor, são impressionantes e podem ser encontradas em: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Joaquim+Pais+de+Brito&btnG=Pesquisa+do+Google&meta= especialmente ver a entrevista oferecida a Celso Castro e Susana Durão a 14 de Novembro de 2003, em: http://www.cpdoc.fgv.br/revista/arq/371.pdf , que, entre outros assuntos, diz: Depois de fazer sua formação em Paris e de regressar a Portugal em 1975, o antropólogo português Joaquim Pais de Brito tem leccionado desde 1978 no Instituto
Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), em Lisboa. Foi um dos
principais protagonistas na criação da Licenciatura em Antropologia Social do ISCTE,
em 1983. Desde de 1996, é coordenador científico do Curso de Mestrado em
Antropologia: Patrimónios e Identidades, na mesma instituição. Tem sido também
professor convidado em universidades estrangeiras.
Desde os anos 1990, tem desenvolvido uma carreira entre a academia e a
Museologia. É director do Museu Nacional de Etnologia desde 1993. No seu curriculum
museológico destaca-se a coordenação da investigação, catálogo, concepção e
montagem das exposições Fado: Vozes e Sombras (1994-95), Vôo do Arado: A
Agricultura Portuguesa, Anos 50-90 (1996-98), e Os Índios, Nós (2000-01). No âmbito
dessa sua preocupação e actividade, é co-presidente do conselho científico do Musée des
Civilisations de l'Europe et de la Méditerranée, ao ser criado em Marselha.
Dentre suas publicações, destaca-se Retrato de aldeia com espelho: ensaio
sobre Rio de Onor (D. Quixote, 1996), livro que resulta da sua tese de doutoramento e
que foi publicado na coleção “Portugal de Perto: Biblioteca de Etnografia e
Antropologia”, que Pais de Brito fundou e da qual é Director, há mais de vinte anos.
Retirado da página web: http://www.cpdoc.fgv.br/revista/arq/371.pdf , entrevista concedida à Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro, Nº 33, 2004. Bem como a entrevista concedida ao Boletim Observa, Nº 9, do Observatório de Ciências Sociais, organizado pelo Senhor Professor Doutor João Ferreira de Almeida, em 1 de Junho do ano 2000, entrevista feita por Susana Durão, que aparece em forma de artigo, com o título: “Retrato de um Museu. Entrevista a Joaquim Pais de Brito”, em: http://www.oac.pt/OBS9.htm#Autor3
João de Pina e Cabral, referido em relação ao Paulo Valverde, foi o meu antigo amigo de casa e grande colaborador na Licenciatura e na criação do Departamento. O problema era que, enquanto o Departamento de Antropologia Social era criado, era também necessário estrutura-lo. Mas, em breve, após entrar ao ISCTE, já estava no ICS porque, como dizia ele, gostava mais de pesquisar que de ensinar, ou ensinar a estudantes adultos a tentar uma pós graduação. Não abandonou as suas aulas no já Departamento de Antropologia, mas, nos anos 90, ficou com exclusividade no Instituo de Ciências Sociais da Universidade Clássica. Enquanto esteve connosco, ensinava Etnografia, Métodos e Técnicas. Ao passar para o ICS, mudou de pesquisa e passou a investigar a China, inédito na nossa Antropologia Portuguesa, mas escreveu já vários livros, enquanto orientava futuros doutores e mestrantes, a pesquisar em Portugal. Publicou em 1989, na Editorial Dom Quixote, a tradução do seu texto em inglês de 1986, Sons of Adam, Daughters of Eve, Clarendon Press Oxford University, a sua tese da Universidade de Oxford, que em português foi denominado: Filhos de Adão, Filhas de Eva. A visão camponesa do mundo no Alto Minho, referido em: http://www.webboom.pt/ficha.asp?id=15802 . O começo do seu trabalho na China, levou a publicação do texto: Between China and Europe. Person, Culture and Emotion in Macau, Editado pela London School of Economics, Londres, em 2002, referiro na recenssão de 4 páginas, escritas na Revista do ICS, Análise Social, Nº169, vol XXXVIII, ano 2004, escrita por Ignasi Terradas Saborit, sítio Net com texto completo, em:
http://www.ics.ul.pt/publicacoes/analisesocial/recensoes/169/ignasiterradassaborit.pdf Estive mais do que uma vez na casa do Ignasi Terradas, quando eu era requisitado por Barcelona, Universidade Autónoma, e pela de Tarragona. Normalmente, levava comigo a um imenso número de discentes que ficavam cobertos pelas Universidades que me convidavam e dava o dinheiro ganho nas minhas conferências, a eles. Devo ter sido o primeiro docente a promover aos seus discentes antes do que a si próprio. Bom , mas era do João P. Cabral que estávamos a falar. Teimou em levar a ensinar na nossa Licenciatura, a uma antiga orientada minha de Cambridge, Mary Rose Bouquet. Recomendei o não fazer, mas....meses depois, aprovada já a entrada da Professora Doutora Bouquet a nossa Licenciatura, começou a ensinar e a partilhar o mesmo Gabinete com o meu amigo. Sem mais comentários. Todo o que seja pessoal, é dos outros!
Referido em: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Di%C3%A1rio+da+Rep%C3%BAblica+1983+4+Abril+Licenciatura+Antropologia+Social&btnG=Pesquisar&meta= ou, para pesquisar e provar, ver o Diário da República on-line: http://dre.pt . Onde dre significa Diário da República on line. Bem como no texto já referido, que refere a criação do Departamento de Antropologia, não apenas uma Licenciatura: http://iscte.pt/missao.jsp
Lembrado a mim pelo próprio Luís Silva Pereira, como parte da conversa entre Aveiro e Lisboa, onde o encontréi. Conversa que tem feito mudar estas lembranças para as que hoje escrevo.
(Continua)
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
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