quarta-feira, 27 de outubro de 2010

As corporações solidárias exigem!

Luis Moreira

Num país com gente sem trabalho e pobre, dois milhões de pobres dizem as estatisticas, não há quem se indigne e faça ouvir a sua voz a seu favor. Nada, o que temos são as corporações de interesses sentadas à manjedoura em que transformaram o Estado, a exigirem e a protestarem por alguns dos seus privilégios serem tocados.

O Presidente do Sindicato dos Juízes chama ladrão ao governo por classificar como um roubo o que o governo propõe para quem paga as quotas que sustentam o sindicato. Vindo de um Juiz não está mal, vamos todos continuar a pensar que a classe é constituída por gente equilibrada e estimável, não corremos o risco de um dia sermos atropelados em pleno tribunal.

Mário "alucinado" do Sindicato dos Professores vem agora dizer que afinal a avaliação que tanto critica e que antes considerava impossível de realizar, resultou de um acordo com o Ministério. A avaliação foi sempre possível o que era necessário era ganhar mais uns cobres e mais uns quantos empregos para toda a vida. Se o Ministério não avançar com o concurso vai para o protesto, quiçá para a greve. A avaliação, a tal que era impossivel de ser aplicada aos professores, segue o seu caminho entre os profissionais dignos de serem professores.

Os trabalhadores das empresas públicas, com vencimentos e mordomias muito acima do comum dos mortais, anda para aí a espalhar, sem se envergonhar, que os cortes nos salários não se aplicam a eles, "as empresas apresentam lucros" , argumento assaz curioso de quem trabalha em empresas monopolistas no mercado interno, com preços muito acima dos praticados nos restantes países europeus. Afinal o mesmo argumento de quem ganha dezenas de milhares de euros por mês, os gestores que tanto recreminam.

As corporações de interesses deste Estado gordo e anafado, pasto de gente "bem", partidária, e privilegiada, sempre solidária com os "colegas" igualmente "bem", nem sequer se lembram que estamos num país com muita miséria, com elevado desemprego e elevada precariedade no emprego. Sem ponta de solidariedade com os mais pobres e mais fracos, nunca se farão ouvir para defender quem não tem voz, quem não tem condições de fazer greves, nem acesso à comunicação social.

Solidários, "bonzinhos", ideias avançadas, exigem de barriga cheia! Que vergonha!

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