segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Saúde - médicos a 100,00 Euros à hora...



Luis Moreira


Há 15 anos inventaram, a Ordem dos Médicos, as Faculdades de Medicina, o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação que havia o perigo de os médicos ,por serem tantos, poderem cair no desemprego. Era, como se compreende, uma conta fácil de fazer, bastava ir aos ficheiros dos recursos humanos dos hospitais e ver quantos médicos é que dali a 15 anos iriam para a reforma.

E, como sempre, neste malfadado país, arrancou-se com uma política idiota, criminosa mesmo. Jovens brilhantes com médias superiores a 19 valores não entraram nas Faculdades de Medicina. Uma sobrinha minha teve de média 19,2 valores, eram precisos 19,7 valores. Perdeu-se uma grande médica temos uma farmacêutica atrás de um balcão.E a guerra que fizeram à abertura das duas novas faculdades na Covilhã e em Braga?

Hoje, vem no Público, que o Serviço Nacional de Saúde para ter médicos suficientes paga a 100,00 Euros à hora, "não temos alternativa" diz a ministra. E, há dias soubemos que convidou os médicos reformados a voltar ao serviço acumulando a reforma com o vencimento.Porquê? Porque não há médicos. O "numerus clausus" de há 15 anos para defender o múltiplo emprego dos médicos, nos hospitais e nos consultórios privados,está hoje a ser pago por todos nós.

Deita-se mão a empresas externas que "alugam" os médicos aos hospitais por estas remunerações milionárias, são medicos contratados à tarefa, diz o sindicato que há 15 anos não abriu o pio, até fica mais barato porque assim não tem que se pagar as horas extras.

Claro, que longe dos grandes centros ainda é pior não há médicos que queiram ir para a periferia, o que se passa realmente é que não há médicos suficientes para responder à procura.

Os nossos jovens lá foram estudar para Espanha, e para outros países europeus onde, os cidadãos, não são impedidos por razões corporativas de estudar os cursos que lhes interessam e que têm procura no mercado de trabalho.Aqui, podem estudar segundo as vagas nas Universidades e não segundo as necessidades do mercado.

O resultado é andarem por aí no desemprego ou fugirem para a estranja porque aqui quem manda são os que têm vencimento certo, progressão na carreira assegurada e emprego para toda a vida.

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