O chamado fado de Coimbra não parece ter uma genealogia comum com o de Lisboa. De comum, apenas a designação genérica de fado. Enquanto o fado de Lisboa, com origens mergulhadas em brumosas explicações, o coimbrão é um fenómeno mais recente, surgido na segunda metade do século XIX, em pleno Romantismo literário, movimento que indelevelmente marca os versos que veicula. Muito ligado à "Velha Academia", é cantado apenas por homens (as mulheres não frequentavam a Universidade), envergando o tradicional traje académico. É acompanhado por uma guitarra portuguesa e por uma guitarra clássica, também chamada “viola.
Os cantores ditos “clássicos”, históricos foram, entre outros, Augusto Hilário, António Menano e Edmundo Bettencourt, ao qual dedicámos um artigo. Em meados deo século XX, o fado de Coimbra, tradicional e nostálgico, começou a transportar letras contestatárias relativamente ao regime ditatorial. José Afonso e Adriano Correia de Oliveira foram dois desses cantores de intervenção. Poetas ligados aos movimentos neo-realistas foram musicados e interpretados no inconfundível estilo coimbrão de fados e baladas.
Exemplo dessa renovação do fado e da balada é esta "Trova do Vento que Passa", poema de Manuel Alegre (A Praça da Canção) com música composta por Adriano Correia de Oliveira, e aqui cantada por Magina Pedro num espectáculo da Casa das Artes em vila Nova de Famalicão:
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
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