Luís Moreira
O prof Boaventura dos Santos alerta para o grave ataque que, na sombra, o poder (seja qual for...) prepara ao Serviço Nacional de Saúde!
A saúde privada começou como um complemento do SNS tornando-se rapidamente com a complacência do poder, numa alternativa, pronta a tomar o lugar do SNS. Mais do que as questões de purismo ideológico que se discutem e nos afastam do que realmente está em equação, o que verdadeiramente vale a pena discutir é o papel que cabe ao SNS e não transigir em circunstância alguma.
O SNS é universal e gratuito, ou tendencialmente gratuito, no sentido que ninguem poderá deixar de receber assistência hospitalar por razões económicas, o que estaria perfeito não fosse que este princípio tambem pode ser garantido com o Estado sendo somente pagador e não prestador de serviços. O que nos levaria ao sistema de muitos outros países, incluindo os US, que conseguiu agora obter esse desiderato. Quem pode tem seguro de saúde ( normalmente atribuído pelo empregador) e quem é pobre ou desempregado, tem a cobertura de um seguro pago pelo Estado.
Os grandes Grupos Económicos é disto que falam, sem tibiezas, a não ser para quem anda distraído ou enganado em purezas ideológicas que o levam a pensar que, o que está em causa são universalidades e gratuidades .Quem paga é o contribuinte, só que o SNS presta um direito consagrado na Constituição, enquanto no sistema privado temos a saúde convertida num negócio, e dessa circunstância podemos esperar tudo. Incluindo um qualquer doente não ser tratado mesmo que tenha dinheiro! Basta, por exemplo, que o "plafond" do seguro se esgote antes da cura.
Que a saúde privada seja um complemento do SNS através de protocolos transparentes de relacionamento, nada a dizer, mas que venha a tomar o lugar do SNS é uma enormidade a que devemos todos dizer não.
domingo, 29 de agosto de 2010
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Muito bem, Luis. Já sabes o que penso. Este é um mundo cruel em que o doente não passa de matéria-prima para a grande indústria da "saúde".
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