Fernando Correia da Silva
Retirantes da zona temperada,
procurámos um sol mais africano
que desse, em cada tarde, perfumada,
a safra que é normal em cada ano.
Preciso viajar o corpo teu,
dobrar-te em curvaturas de felino,
alumiar o anjo que mordeu
o nosso corpo a corpo em desatino.
Leão, que tenho dentro, sai da jaula,
e a pata vai pousar em teu regaço.
Selvagem o amor em que te faço
aluna a revidar a minha aula.
Desnudas as lições que assim consomem
corpos opostos de mulher e homem.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
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belíssimo! A mulher e a paixão são os eternos motes para a poesia.
ResponderEliminarO Fernando Correia da Silva é um grande romancista. Mas desconhecia a sua poesia. Este soneto é muito bonito.
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