sexta-feira, 13 de agosto de 2010

3 Notas de Cêntimo. (1)


Carlos Mesquita

Ai que merda. A I-Qmed, clínica privada de Lagoa, cegou doentes que a ela recorreram para não estar à espera das cirurgias no Serviço Nacional de Saúde, afinal não estava ilegal. Segundo a ARS algarvia o decreto-lei 279/2009 preencheu o vazio legal “reconhecendo que podiam existir situações irregulares”. Os legisladores (aqueles fulanos que os portugueses elegem de quatro em quatro anos) tornaram legal a ilegalidade das situações irregulares.
O inquérito irá comprovar ou não se as infecções foram provocadas, como supõem alguns médicos, pela utilização dos mesmos kits em vários doentes; a ser assim explica-se porque há situações em que o SNS é mais caro que o negócio da saúde privada. O médico holandês diz que “espera fazer a pazes com os doentes (cegos) através de indemnizações” – essa, eu não estou a ver.

O homem do fraque. Cavaco Silva foi a Angola. Fez ver a Eduardo dos Santos que as empresas portuguesas para além de trabalharem precisam de receber. Sou testemunha dessa dificuldade; um ano depois de ter enviado um trabalho para a ex-colónia junto com a factura, fui informado que tinham perdido a factura, para mandar outra. Só recebi quando o sócio português foi a Angola e pediu o dinheiro ao sócio angolano, um general. Obviamente devido à minha insistência em receber, perdi o cliente lá e cá, (um grupo de várias empresas). Agora o INE divulgou que as exportações para Angola desceram para mínimos de três anos. Não é porque as empresas portuguesas não se esforcem por exportar, é antes porque aos angolanos não lhes tinha passado pela cabeça que era preciso pagar as importações de Portugal.

Fogo no ambiente. Há uns anos, um ambientalista com Job montado num dos nossos parques naturais, pedia na televisão, para o ministro do Ambiente ir lá ver como um incêndio estava a destruir a riqueza em fauna e flora. Na altura comentei no jornal, que devia antes dizer: – senhor ministro venha cá ver a merda que nós fizemos. Continua na mesma, os parques naturais ardem sem que seja possível intervenção capaz dos bombeiros. O fundamentalismo ambiental não deixa abrir aceiros ou caminhos, qualquer obra do Homem no interior dum Parque Natural importuna os bichinhos. Como não ensinaram os animais a combater os fogos, todos os anos muitos deles são dizimados pelas chamas, junto com vegetação. Mas os ambientalistas têm impedido o stress animal, bicho morto não se incomoda com nada.





2 comentários:

  1. E a estrada de milhões de euros para os lobos (que não existem)passarem

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  2. Sempre me disseram, se tens algo sério de saúde vai a um hospital do SNS.Aquela de operar ao mesmo tempo os dois olhos à mesma pessoa não passa pela cabeça de ninguem.Operar em dias diferentes reduz as probabilidades de um incidente em 50%, como é óbvio...

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