sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Hoje o caracol enrola-se

Ethel Feldman


Quando te leio
aprendo um poema
quando dizes adeus
esqueço de mim
amanhã, se vieres
aprenderei outro,
outro e outro
enquanto existir
amanhã.
hoje, o caracol enrola-se
na parede do meu quarto
enquanto escreves
um novo poema.

2 comentários:

  1. Querida Ethel, nos meus arremedos de poesia, em vez de caracol, chamo-lhe " casulo"...

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  2. esta forma lenta de se movimentar que às vezes é quase parada. esse doce lamento discreto, escondido, sem uma lágrima se ver. tu apareces e te escapas rapidamente para um casulo que chamas poema. Querido amigo, quem não se esconde por ora num casulo conhecido e reconhecido? O que se sugere é sempre tão mais bonito daquilo que se expõe sem vergonha ou pudor...e cá estou de novo, como dizes, a não desistir de viver um novo poema.

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