domingo, 1 de agosto de 2010

Solidão




António Sales


Sento-me numa pedra verde
no Monte da Lua,
olhando a alma
da folhagem densa e abandonando
os olhos pelo verde musgo
de sensualidades escondidas.
Memórias de outros verdes
bailam por entre as sombras
o cântico de pássaros encantados.
Parado na quietude da tarde engalanada
soletro a natureza enquanto
o sopro verde da solidão
abandona-se comigo ao prazer de estar sentado.
Uma voz interior desfolha o tempo.
Suspenso fico
sem olhar para nada nem ninguém
aguardando da intemporalidade suposta além..

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