sábado, 25 de setembro de 2010

A culpa é toda nossa!

Luis Moreira

Convem irmos pensando nestas coisas embora não seja por acaso que as publicamos ao cair da madrugada, há muito de medo e de memória, olhamos em volta e o que vimos não prenuncia nada de bom, gente que devia estar na cadeia e que não está apesar de terem empurrado para o fundo a economia e com ela a vida das pessoas, lançando-as no desemprego e transformando-as em pessoas menos livres, porque quem depende do Estado não é tão livre como quem depende do trabalho. Mas apesar disso, é preciso lembrar:

-Se atravessares a fronteira da Coreia do Norte ilegalmente, és condenado a 12 anos de trabalhos forçados.
-Se atravessares a fronteira iraniana ilegalmente, és detido sem limite de prazo.
-Se atravessares a fronteira afegã ilegalmente, és alvejado.
-Se atravessares a fronteira da Arábia Saudita ilegalmente, serás preso.
-Se atravessares a fronteira chinesa ilegalmente, nunca mais ninguém ouvirá falar de ti.
-
Mas, se entrares por alguma fronteira da União Europeia ilegalmente...serás obrigado a ter:

-Um abrigo ...
-Um trabalho ...
-Carta de Condução...
-Cartão Europeu de Saúde...
-Segurança Social ...
-Crédito Familiar ...
-Cartões de Crédito ...
-Renda de casa subsidiada ou empréstimo bancário para a sua compra ...
-Escolariedade gratuita ...
-Serviço Nacional de Saúde gratuito ...
-Um representante no Parlamento ...
-Podes votar, e mesmo concorrer a um cargo público ...
-Ou mesmo fundares o teu próprio partido político !

E por último, mas não menos importante:

-Podes manifestar-te nas ruas e até queimar a nossa bandeira!

Mas se eu quiser protestar ou criticar logo alguem, muito categórico, me chamará racista, ou xenofobo, ou nazi ou outra coisa qualquer que é sempre uma boa maneira de impedir a discussão para quem não tem argumentos.

Será que António Aleixo, tinha razão quando dizia...


"Há tantos burros mandando
em homens de inteligência,
que às vezes fico pensando,
se a burrice não é uma ciência.

Até por razões de esperança para esses povos que vivem na miséria, é nossa obrigação defender a Democracia e o Estado de Direito, não queiramos que seja perfeito, pois nenhum de nós é perfeito, mas com qualidades que permitam o aperfeiçoamento, que convivam com o contraditório, que aceitam a diferença.O que está ali em cima, tendo uma boa porção de demagogia não deixa de caracterizar bem sociedades muito diferentes, onde as coisas vulgares que se praticam no Ocidente são o sonho de milhões de seres humanos.

Quem viveu a ditadura salazarenta, não deve deixar cair no esquecimento estas memórias já tão longinquas, mas que uma vez perdidas, dão terreno à besta que se esconde em cada esquina.

Sem preconceitos e com clarividência olhe-se em volta e atente-se que, apesar de todas as injustiças e de todos os erros não há melhor, nem perto disso! É nossa obrigação defender a Democracia e o Estado de Direito!
Nem que seja para que os outros povos possam ter como objectivo uma vida melhor!

Vem isto a propósito da ciganofobia que corre a Europa, como há poucos meses atrás correu a muçulmanofobia e já correu a africanofobia e a homofobia e tudo o que as sociedades ocidentais considerem que pode prejudicar a sua identidade, a sua forma de viver. Claro que mais nenhuma sociedade trata as minorias como as sociedades ocidentais, nos outros cantos do mundo as minorias são chacinadas, ou gazeadas com gaz mostarda ( a mostarda cá na europa é servida à mesa) como há tantos exemplos no mundo, mas isso não interessa nada, o que interessa mesmo, é que a Europa tem à perna esta culpa sem remissão que é defender os seus cidadãos dos que vieram para cá porque quizeram, abusam da nossa hospitalidade. Há leis? Há, mas só se aplicam aos nacionais.

E desde D. João lll que andamos a discriminar os ciganos, insistindo para que vão à escola, que trabalhem, que respeitem as casas grátis que a Câmara lhes distribuiu. Mas a culpa é toda da funcionária da Segurança Social que tem que chamar a polícia porque o que lhes entrega como subsídio não é suficiente.

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