domingo, 5 de setembro de 2010

Hoje no Terreiro da Lusofonia só dá poesia e fado

Como treino e aperitivo para a Maratona de Poesia que se realiza na próxima quarta-feira, dia 8, o Estrolabio resolveu fazer uma edição especial do Terreiro da Lusofonia dedicada a três poetas portugueses cantados por Amália Rodrigues.e musicados por Alain Oulman.

Quanto a nós foi uma época de ouro, em que a sublime interpretação de Amália valorizou, como nenhuma outra, alguma da nossa melhor poesia, desde Camões à actualidade.

Os poetas hoje apresentados são Alexandre O’Neill, José Carlos Ary dos Santos e David Mourão-Ferreira.

Alexandre O’Neill foi considerado um dos poetas mais representativos da cidade de Lisboa, tal como tinha sido Cesário Verde. O’Neill retratava a vida sufocante e mesquinha dos anos do Estado Novo com uma poesia ácida e sarcástica. Mas, neste seu poema “Gaivota” ressoa todo o seu amor à cidade, à sua luz e ao seu rio, o Tejo, que as gaivotas nunca abandonam.

José Carlos Ary dos Santos, a voz truculenta, poderosa, a poesia que sai das entranhas e que é dita com tanta força e convicção nos poemas de intervenção como nos poemas de amor. Destes últimos, Amália canta-nos um dos mais belos: “Meu Amor, Meu Amor, Meu Limão de Amargura”.

David Mourão-Ferreira, outro dos poetas do amor, muitos deles levados ao mais alto expoente de beleza do amor de expressão erótica, um eterno trovador da mulher. Contudo, o poema que Amália aqui dele canta, intitulado “Abandono”, belíssimo, foi dedicado por David Mourão-Ferreira aos presos políticos portugueses encerrados nas prisões do regime fascista de Salazar.

Silêncio, que se vão cantar três fados









O Estrolabio fica muito feliz se todos apreciarem e fruirem esta noite como se tivessem ido aos fados.

1 comentário:

  1. Eu vim aos fados e adorei, com um copo de bom tinto. O Vinicius é que não apareceu.

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