sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A minha opinião sobre o texto de Carlos Loures

Raúl Iturra


O debate é comprido e cheio de ditos e contraditos. Para começar, o texto de Carlos Loures, é um ensaio de quem sabe editar: directo ao ponto, sem prejuízos nem ataques, mas com a liberdade de dizer o que pensa sem atacar ou acusar. Exprime às suas ideias com a opção de um bom cidadão: ético, com provas e sem rancor pelas pessoas diferentes que nos rodeiam. É um texto de Professor. Ainda mais, é semântico.

O que eu não entendo nos comentários, é essa divisão da população conforme a sua opção sexual. Temos cidadãos adultos e cada um sabe o que faz. É bem sabido que tenho defendido o matrimónio entre pessoas do mesmo sexo, publicados neste blogue e no Aventar. Há hábitos e cronologias. Nunca esqueço um Imperador Romano que casou com o seu cavalo. Eram as modas. Bem como não esqueço que a virgindade da Rainha Vitória, antes de conhecer a Alberto de Saxo Coburgo, foi entregue nos seus 17 anos ao Duque de Wellington por ter derrotado a Napoleão I, ou o filho que teve, já viúva, com o seu cuidador e criado, John Brown. Todos sabem na Grã-Bretanha, mas ninguém se interesesa. Parece-me que um contrato matrimonial entre pessoas que se amam, é de toda conveniência por causa da lei e para ensinar aos concidadãos a liberdade de amar. Quanto a adopção ou alugar ventres para assim terem filhos um casal do mesmo sexo, é um assunto sério. Ainda não acaba o processo da casa Pia, que me faz mudar de posto da TV: estou mais do que farto e nunca sei quem diz a verdade. Enviei uma carta ao PM para defender o matrimónio, mas calei sobre a adopção. Aliás, muitos dos meus antigos estudantes e assistentes têm-se casado e, passados poucos anos, separam-se, como as vedetas de Hollywood. Parece-me que a adopção ou o aluguer de barrigas, devia ser reprimido: os pais/pais e as mães/mães crescem, envelhecem e procuram carne nova para o seu prazer. Apenas nestes dias lia um jornal que falava de pais adoptivos de filhos, violados por eles. Não será mais do que um caso, mas se não há mulher, falta o folículo de serenidade e da calma. A testosterona apenas causa conflitos e graves, seja como for a relação conjugal. Pensei imenso sobre a adopção, mas este caso acabou por me convencer de que as opções sexuais deviam tornar ao armário, excepto nos casos que conheço, de antigos assistentes da minha equipa universitária que têm guardado fidelidade ao longo do tempo. Não sou homofóbico, os meus textos o provam, mas não podemos esquecer que é uma nova forma de matrimónio, de apenas um ano, ao que não estão habituados os antigamente denominados gays, palavra horrorosa que ofende. Sim ao matrimónio de pessoas do mesmo sexo e paciência, até que se habituem, desde novo, desde que sabem que amam como amam e possam se exibir de mãos dadas. Passará mais do que uma geração. Nos, já mais maduros, devemos morrer, os mais novos crescer e esquecer esse corre vê e diz-lhe que ainda existe.

Em síntese, parece-me muito cedo para opinar sobre na cronologia histórico, para darmos uma opinião. Prometo nunca mais escrever sobre este tema, excepto a pedofilia, que publiquei ontem em Estrolabio e Aventar. Reitero que os pedófilos são doentes emotivos que devem ser segregados da nossa vida social. Até solicito fuzilamento para seres desse calanha. De resto, excepto a pedofilia, não é comigo. Comigo é os novos impostos dobrados, as medicinas que faltam, a crises económicas, a falência do Estado e a perca da nossa Soberania porque vão rever o OE de 2011 membros do FMI e da UE. Esse é lesivo para a nossa independência, justo no momento em que comemoramos cem anos de República. Parece-me Carlos, que esses são os temas interessantes. Eis porque eu conto histórias em inglês aos meus netos, falo da religião como lógica da cultura, adoro a minha mulher, ainda que nem muito tempo tenha para tratar de mim. O resto, não é comigo, como não devia ser convosco, é apenas para nós os psicanalistas como Clara, a minha filha mais velha e eu, que sou etnopsicólogo da infância, MAS, no meu consultório, não na praça pública. Penso que os comentários lidos são sentimentos feridos e não racionalidade que Babeuf em 1785, Marèchal em 1795 e Jenny Marx ou a baronesa von Westphalen redactora do Manifesto comunista de 1848 e antes ainda, Mozart e as suas Bodas de Fígaro, sabem muito bem construir a sociedade com arte e sem opiniões que julgam substituindo juízes. Heterossexual, homo, lésbica, não é meu mi cup of tea, mas Ai! Se me tocassem uma meninada de cinco anos ou um púbere de 14...Fuzilamento imediato à maçã corrupta!

2 comentários:

  1. Quanto aos adultos tudo bem, mas quando se envolvem crianças e o seu futuro, a coisa tem que ser muito bem pensada, muito bem analisada, que toma a decisão tem que conhecer bem o ambiente. Adoptar uma criança não é um direito, oxalá as pessaos com ambientes saudáveis comecem a pensar que é um dever, mas direito não e.

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  2. Esta opinião do Professor Iturra consubstancia o que defendia no meu texto. Fornece à minha tese o lastro científico de que carecia. Porém, registo que é muito impopular a ideia de restringir alguns direitos aos homossexuais, como seja o de lhes recusar o direito de adopção. Não porque seja impopular (politicamente incorrecto), mas porque me parece haver assuntos muito mais importantes, prometo não voltar a este tema. Agradeço ao professor Iturra e a todos os que se interessaram por comentar o meu texto, sem esquecer o Josep Vidal que, estando em desacordo, o fez aduzindo argumentos que me parecem de ponderar. Um grande abraço para todos.

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