quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Santana Castilho - a paciência que falta a todos

Luis Moreira


Diz Santana Castilho: "Miguel Sousa Tavares falou mais uma vez dos professores,na SIC. MST não pode fundamentar opinião com afirmações factualmente falsas.É grosseiramente falso que todos os professores passaram a ganhar mais automaticamente. Além disso, como aqui escrevi e MST não poderá desmentir, exceptuando a chaga dos desempregados, são os professores os mais penalisados pelos governos de Sócrates:viram salários congelados,carreiras congeladas e degradadas e tempos de trabalho aumentados; têm a maior carga horária da OCDE e o mais baixo salário..."

A gente lê isto e fica estarrecido. Mas ó prof. ter o mais baixo salário de todos da OCDE não é o que acontece a nós todos? Aos pedreiros, canalisadores, economistas ,arquitectos e todos os que, por ganharem tão pouco, vão lá para fora ganhar mais? E conhece alguma profissão, para além das outras corporações que abocanham o Estado, que os seus elementos tenha lugar fixo no "quadro" ? ter progressão automática? não serem avaliados e progredirem todos haja ou não mérito?

Conhece? É que visto assim, os professores, são uns grandes privilegiados, são das pessoas com melhor nível de vida cá neste país onde, a esmagadora maioria das pessoas não ganha nem metade e não tem emprego fixo para toda a vida! O Prof. quando escreveu este artigo acordou em que país? Na Alemanha, França, Reino Unido, Luxemburgo ...

Quando não há argumentos corre-se o risco de se cair em tentações que não ficam nada bem a um prof. universitário. E já agora, há hipótese de comparar os resultados? Quanto à preparação dos professores, aos conhecimentos adquiridos pelos alunos? Ou isso não interessa nada e não vale a pena comparar? A OCDE para os resultados não serve?

Diz MST que foram todos os professores aumentados, o prof. diz que não foram todos. Quantos é que não foram? Um, dois, 50%? O que o prof. sabe é o mesmo que levou MST a generalisar. Foram 435 milhões deitados para cima dos professores para eles irem para a escola ensinar e não para a frente do ministério gritar. Saberá o Prof. mais do que isto? Claro que não! Isto numa altura em que os mais pobres e os desempregados vivem cada vez pior.

É uma pena que não se bata por uma escola autónoma, assente no mérito, com os melhores a subirem na carreira. Em vez disso, tornou-se num porta voz igual a tantos outros de uma corporação que, como muitas outras, só quer mais mordomias, evitar a avaliação assente no mérito e ganhar mais. É pouco para tanto saber!

A conversa de que os professores são as vítimas do regime não colhe, estão muito acima, no que às condições de trabalho diz respeito, da maioria dos trabalhadores portugueses, e o que sabemos, e isto é de fonte segura, é que os nossos jovens saem da escola muito mal preparados. Convinha não esquecer o mérito dos resultados, é que quem não apresenta resultados ganha sempre demais.

PS: Para que não restem dúvidas tenho familiares professores e muitos amigos e amigas professores. Não é dos professores que se trata, é da corporação sentada à mesa do orçamento como muitas outras.

Sem comentários:

Enviar um comentário