quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sobre a «homofobia»

Carlos Loures

Este texto, ao qual fiz pequenas adaptações, foi publicado noutro blogue e causou polémica, sobretudo pela minha não aceitação da adopção de crianças por casais de homossexuais. Espero que, tendo atenuado a veemência com que afirmava a minha convicção a esse respeito, o texto seja hoje recebido de forma mais pacífica.

Hoje em dia, uma das preocupações de quem quer estar politicamente correcto (e de bem com a «democracia» que temos) é a de não ser considerado «homofóbico». O termo é relativamente recente, datando de 1971 e terá sido inventado pelo psiquiatra norte-americano George Weinberg, aparecendo pela primeira vez na sua obra Society and the Helthy Homosexual (1972). O raciocínio para a construção do neologismo foi linear = homo+fobia, homo de homossexual e fobia, do grego phobos (aversão, receio, nevrose obsessiva contra algo). Porém trata-se de uma construção apressada, feita com uma impaciência tipicamente ianque. Senão vejamos.

A palavra homo tem duas acepções principais: pode ser um prefixo e um elemento de composição de palavras científicas, indicando semelhança, igualdade, identidade, como por exemplo, no campo da botânica, se diz que um capítulo é homogâmico. O adjectivo significa que as flores que constituem o capítulo são hermafroditas e semelhantes. Numa acepção mais corrente, homo é um substantivo masculino da área da Antropologia e significa o género da família Hominidae, género representado pelo homem actual, ou seja, a espécie humana. Portanto, à letra, teríamos homofobia = aversão à espécie humana. Não era, por certo, esta a ideia de Weinberg. O que se quer dizer com homofóbico é que se trata de alguém que tem aversão a gays e lésbicas. Disseram-me que o termo correcto seria um complicado palavrão: homofilofóbico, ou seja, aversão ao que gosta do igual – Homofóbico é um disparate, embora eu tema que, tal como outros que por aí circulam, tenha vindo para ficar. Mas não é um erro muito importante, desde que saibamos do que estamos a falar. Porque mais do que analisar a etimologia do termo, importa abordar o seu conteúdo conceptual - ser ou não ser contra os homossexuais, eis a questão – isso, sim, é importante.

Além disso, se quisermos aprofundar a questão etimológica, até a designação “Homossexual” é discutível, pois numa acepção imediata todos os seres humanos são em princípio “homossexuais” – ou seja todos tendem a ter actividade sexual. Para não complicar vamos aceitar as designações vulgares. Certas ou erradas, são as que circulam como moeda corrente.

Não sou contra (nem a favor) dos homossexuais enquanto tal. Desde cedo me habituei a não perguntar aos amigos ou às amigas qual a sua orientação sexual. Sempre me interessou o que as pessoas pensam, como pensam, como utilizam a sua inteligência e nunca a sua sexualidade serviu de base à avaliação que delas faço, isto embora tenha sido educado no pressuposto de que a homossexualidade é uma aberração, uma doença, uma perversão. Numa época em que os homossexuais viviam na clandestinidade, bati-me contra preconceitos estúpidos, nunca esperando viver até a um tempo em que, contra a muralha de betão erguida pelas convenções sociais, se erguesse uma outra, talvez feita de flores criptogâmicas, mas igualmente imbecil – aquela que os lobies da comunidade gay laboriosamente constroem, pretendendo criar novos preconceitos e instaurar uma nova ordem sexual dentro da qual é crime, ou pelo menos é censurável e démodé, ser hetero. Com a idade, deixei de ter paciência para fundamentalismos, venham eles de onde vierem. E, sobretudo, deixei de ter paciência para fingir que respeito convenções imbecis

Há mais vida para além do sexo, embora haja quem não aceite essa realidade – a orientação sexual não define totalmente a pessoa, sendo apenas uma pequena parcela do todo que ela constitui. Diz-se que Leonardo da Vinci era homossexual. Sandro Botticelli não o seria. Se eram uma coisa ou outra, o que tem mais importância, as suas opções sexuais ou a sua genialidade como artistas? O que nos ficou destes dois mestres florentinos do Quattrocento não foi o rasto da sua sexualidade, fosse ela homo ou hetero, mas sim as suas obras. Quando nos extasiamos ante A Virgem dos Rochedos, do Leonardo, ou perante A Primavera, do Sandro, o que nos interessa a sua orientação sexual?

Na realidade, existiu e ainda existe discriminação. É impossível negá-lo, sendo repugnante a boçalidade com que os homossexuais são muitas vezes tratados e igualmente odiosa a parafernália de termos, de anedotas, de ditos pretensamente espirituosos que lhes são dirigidos. Porém, alguns dos activistas e militantes dos movimentos de gays e lésbicas têm a sua quota de responsabilidade na discriminação de que são alvo ao construírem o negativo do molde em que tais boçalidades se vazam e forjam. Por exemplo, a «marcha de orgulho gay» é um espectáculo feito para incomodar e chocar o inimigo, a maioria hetero. O resultado., ao ser um espectáculo tão boçal e repugnante como as invectivas tradicionais, é justificar a continuação da injustificável discriminação. A mim incomoda-me não porque me choque, mas porque é, na minha opinião, uma exibição deprimente, um puro acto de provocação, vazio de conteúdo. Orgulho em quê? Ninguém deve ter orgulho em ser hetero ou homossexual – uma coisa ou outra são circunstâncias biológicas ou educacionais, não são privilégios ou estigmas e, muito menos, coisas com que as pessoas se devam orgulhar ou envergonhar. Movimentos de homossexuais? São tão necessários quanto movimentos de apreciadores de vinho tinto (e pensando bem, são ainda menos necessários).

Nem só os activistas gay são responsáveis - a má consciência de quem herdou uma cultura de discriminação violenta (a «democrática preocupação do politicamente correcto») levou gente honesta e sabedora a bater-se por causas sem sentido como a do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Curiosamente, as mesmas pessoas que, em épocas passadas, desvalorizavam o casamento. O casamento é uma instituição que, fora os aspectos jurídicos, meramente contratuais, está em crise. Nunca houve tantos divórcios. Mas os homossexuais querem ter direito a casar e há quem gaste tempo e argumentação a discutir o tema: reputados intelectuais, inclusive. O casamento tem como objectivo primeiro a procriação. Essa é a fundamentação original, embora depois possam ter surgido outras razões, nomeadamente as de carácter afectivo.

Numa luta pela extinção do casamento alinho já, mas perder tempo a defender que um casal gay possa unir-se sob a bênção de um clérigo ou numa conservatória do registo civil, é coisa que nunca farei. Se querem que as fotografias da boda venham nas «revistas do coração», destinadas a débeis mentais (heteros e não), não precisam de nenhuma lei específica – o direito à idiotice está aí para ser «democraticamente» usufruído. O romantismo de uma união amorosa não pode ser reduzido a meia dúzia de clichés de gosto duvidoso, grinaldas, marchas nupciais, arroz… – ou é algo que vive nos corações de quem compartilha esse sentimento ou é mera e pirosa exibição. Para mim, isto é válido tanto para «heteros» como para «homos».

Sobretudo não concordo que casais de homossexuais tenham o direito de adoptar crianças. As crianças (cujos direitos devem estar acima de tudo), elas sim, têm direito a ter um pai e uma mãe, não dois pais ou duas mães ou, o que é mais grave e mais provável, duas pessoas que não são, em duplicado, nem uma coisa nem outra. As crianças devem ser protegidas e pô-las a viver sob a tutela de duas pessoas que, pese embora a pureza dos seus sentimentos e a bondade das suas intenções, têm uma orientação sexual que não é a que a Natureza impõe, é, perante seres que absorvem tudo o que apreendem do ambiente em seu redor, uma boa maneira de fazer proselitismo da homossexualidade, mesmo que não seja essa a intenção. Considero a questão do casamento entre gays de somenos importância, discordo, mas nada me incomodou que tal lei tenha sido aprovada, no que diz respeito à adopção de crianças, penso que estes governos (PS ou PSD) podem aprovar o que entenderem. Não têm é o direito de jogar com a vida das crianças, por mais votos que isso lhes traga.

Em suma, não nos devemos nunca esquecer que gays e lésbicas, tal como as testemunhas de Jeová ou os democratas-cristãos, pertencendo a grupos minoritários, não são seres perversos ou malignos e, por isso, não devem ser discriminados, muito menos perseguidos. O direito à diferença (em matéria de crença religiosa, de opção política ou de orientação sexual) é inalienável. Porém, não queiram impor às maiorias os interesses de uma minoria. Devemos respeitar sempre as minorias. A menos que essas minorias, considerando-se detentoras de verdades absolutas, se queiram transformar em líderes e condutoras das maiorias. E isso está errado e não pode aceitar-se, quer se esteja a falar de elites fascistas, de seitas fundamentalistas ou de lobies de gays. A democracia deve imperar sempre, em todas as circunstâncias, protegendo as minorias de maiorias despóticas e as maiorias de minorias iluminadas. A democracia, na versão em que a conhecemos, vem tolerando tudo, aceitando tudo, mesmo o que sendo anti-democrático constitui um perigo para a essência do sistema. Mais do que benevolência e tolerância, parece-me que se deve falar de laxismo.

A homossexualidade, não é um problema, mas apenas uma maneira de viver o sexo que deve ser democraticamente respeitada. Gastar tempo e energia a discuti-la, parece-me ocioso, tanto mais que há problemas autênticos - a miséria, as doenças, o ensino deficiente que temos, as políticas de saúde e de cultura que não temos. É lamentável que haja movimentos políticos de esquerda que dediquem tanto dos seus pequenos caudais de energia a causas tão fúteis – será para obterem votos? Desiludam-se, na altura de votar, tirando os tais activistas, os homossexuais (como, aliás, é perfeitamente natural) dispersam-se, como os outros cidadãos, pelo leque eleitoral, votando maioritariamente nos partidos do chamado «bloco central». Porque insisto, e aqui, quanto a mim, reside o cerne da questão, os homossexuais são cidadãos de pleno direito, com os mesmos deveres e privilégios dos outros cidadãos – não faz sentido a criação de leis específicas para questões de orientação sexual, tal como não faria que as criassem para cada confissão religiosa (como algumas seitas reclamam). Orientações confessionais ou sexuais pertencem ao foro íntimo, não devendo ser alegadas para que um cidadão se exima de obrigações ou usufrua de um tratamento diferenciado. A beleza da Democracia reside precisamente na igualdade de todos perante a Lei, a par de um profundo respeito pelas diferenças de cada um.

O que aqui fica dito não pretende ser uma abordagem profunda do tema – que já está abundantemente feita por clínicos, antropólogos, juristas, teólogos, sociólogos… – é um desabafo de um cidadão que se preza de nunca ter feito discriminações, fossem elas de género, étnicas, religiosas ou atinentes à sexualidade de cada um. Não sou, portanto, homofilofóbico. Recomendo aos activistas dos movimentos de gays e lésbicas que, por sua vez, não sejam homofóbicos – por favor, integrai-vos democraticamente na grande família do homo sapiens!

17 comentários:

  1. http://criasnoticias.wordpress.com/2010/09/23/elevados-niveis-do-vih-no-tracto-genital-podem-persistir-em-mulheres-que-aparentemente-parecem-ter-suprimido-a-carga-viral-com-a-utilizacao-da-terapeutica-anti-retroviral-de-combinacao-tarc/comment-page-1/#comment-1994

    ResponderEliminar
  2. Belíssimo, pedagógico e responsável texto, Carlos, com o qual alinho praticamente na íntegra. Vou copiá-lo para minha orientação.
    Um abraço

    ResponderEliminar
  3. Se fosse eu degolavam-me, mas tambem é verdade que não consigo escrever e "persuadir" como tu. Olha, digo para me safar: Faço minhas as palavras do Carlos Loures!

    ResponderEliminar
  4. Obrigado, meus amigos. Na primeira publicação deste texto, a comunidade gay e seus aliados, levou a mal algumas expressões por mim usadas e choveram os comentários insultuosos.

    ResponderEliminar
  5. Caro Carlos, não temos a mesma opinião sobre a matéria, como sabes. Creio não fazer parte de nenhum lobby gay, por isso sinto-me absolutamente à vontade para dizer que defendo que os homossexuais devem ter o direito a casar e a adoptar. Honestamente, acho um exagero as teorias que apontam para o facto de um nebuloso lobby gay estar a construir uma ditadura que exclua os heterossexuais, classificando a heterossexualidade de criminosa, censurável ou demodé.
    Há fundamentalistas entre os homossexuais? Claro, provavelmente na mesma proporção estatística que entre os heterossexuais. Não há razão para ter orgulho nem vergonha na própria condição de homossexual? Não, da mesma forma que não há razão para ter orgulho ou vergonha de ser negro. Mas quando um determinado grupo minoritário sofre discriminação (como tu reconheces que acontece com os homossexuais), não será de estranhar que sinta necessidade de exacerbar essa diferença, de atirá-la à cara do preconceito, comportamento que aliás me parece bastante mais aceitável do que a ocultação e o fingimento.
    Enfim, respeito a tua opinião mas não a partilho, e tinha de vir dizer isto aqui senão o Luís não me perdoaria.

    ResponderEliminar
  6. Carlos, como sempre, os teus textos são óptimos e eu aprendo sempre com eles. Quanto ao assunto, é daqueles que já arrumei dentro da cabeça. Estou como tu: não discuto a orientação sexual de ninguém, também acho que o casamento não faz falta ao amor, mas não sou contra o casamento dos homossexuais. Se há quem se sinta feliz assim, porque não, numa base de direitos iguais? Sou é contra as deprimentes manifestações de atroz mau gosto em que uma percentagem, façamos justiça aos outros, homos dum sexo e do outro tristemente se exibem. Sempre achei que a felicidade das pessoas é uma coisa tão íntima que só lhes diz respeito a elas. Na sociedade actual, tudo anda na praça pública como se fossemos mais livres e mais felizes por isso. Há, no entanto, um ponto em que não estou de acordo contigo: nas adopções de crianças. Não duvido que seja preferível, no desenvolvimento dum ser humano, estarem presentes as duas componentes, a masculina e a feminina. Mas todos sabemos que, muitas vezes, isso é apenas uma falsa questão quando conhecemos as inúmeras situações de maus tratos de crianças dentro dessas tais famílias "normais". E o que é preferível: permitir a adopção a casais homossexuais - com avaliação idêntica à dos hetero para esse efeito - ou deixar amontoar crianças nos inúmeros "armazéns" existentes por todo o país? É que, aí, não há componente masculina nem componente feminina, nem o afecto individualizado a que cada criança tem direito. E gabo-te a paciência para pesquisares essas definições todas.

    ResponderEliminar
  7. Carla,, é claro que tu tens uma forma de olhar para estes assuntos muito mais livre que os da nossa geração, e hoje compreendo bem que há que aceitar as pessoas como elas são, mesmo que quisessemos não há outra solução. Quanto à adopção, entendo que o assunto tem mais a ver com o caracter das pessoas. Que um homem e uma mulher, mãe e pai, são o ambiente natural parece-me normal, mas na falta,se encontrarmos duas pessoas do mesmo sexo que vivam juntas e sejam gente boa, irâo proteger a criança. Se for uma reinvindicação para " sublinhar o grande amor" a criança pode ser uma vítima, como bem dizes, já temos tantas, mesmo no ambiente habitual.Não é fácil, e não gostaria de estar na pele de quem tem que tomar essas decisões.

    ResponderEliminar
  8. Augusta Clara, também tenho este assunto perfeitamente arrumado e, como digo no texto, não me parece que, na pespectiva da nosssa sociedade, seja tema pioritário. Vejo estes governos fazerem cedências em matéria de princípios para obterem votos e temo que a adopção de crianças por gays e lésbicas venha a ser aprovada e, porque segui de perto um caso que deu, na minha óptica, mau resultado, sou frontalmente contra - tu, Augusta, conheces, creio, pelo menos uma das pessoas. Carla, as nossas posições tinham ficado definidas quando da primeira publicação deste texto. Claro que não te associo aos lóbis (vem no dicionário da Academia)de que falei. Agora que eles existem, não tenhas dúvida - no jornalismo, na política, no meio artístico. A mim, o politicamente correcto não me interessa (a não ser que coincida com o que penso) e por isso, mesmo sabendo que a minha posição não se ajusta a uma "nova mentalidade", não tenho qualquer problema em a afirmar. Por exemplo, uma afirmação, que vi num comentário, de que há heterossexuais que têm relações sexuais com homossexuais - e têm uma designação qualquer diferenciada - para mim é uma coisa absurda. Para quê alargar a nomenclatura? Homossexuais não assumidosseria, quanto a mim, uma boa classificação. Mas, com a minha idade, estou de saída. Nem sei, de facto, porque me preocupo com o futuro das crianças adoptadas e com a orientação sexual que venham a ter. Se toda a gente acha bem...

    ResponderEliminar
  9. Quando eu digo ao Carlos que "praticamente" subscrevo o que ele diz, este "praticamente" constitui a única reserva, isto é, o que diz respeito á adopção, posição em que estou mais de acordo coma a Augusta, a Carla e o Luis.

    ResponderEliminar
  10. Carlos, neste assunto aquilo que mesmo me preocupa são as crianças. Porque um caso (não estou a ver a quem te referes) ou mais do que um não anulam o que penso sobre isso. Aqueles "armazéns", a mim, fazem-me doer o coração.

    ResponderEliminar
  11. Na outra polémica sobre este mesmo texto, houve um argumento que foi muito utilizado por quem não concordou com o que eu disse - qualquer coisa no género: é preferível uma criança ser adoptada por um casal de homossexuais do que ir parar a uma instituição onde é maltratada. Houve quem disesse que mais vale o csal de gays do que um pai bêbedo ou um pai pedófilo. Isto para mim não faz sentido: então os gays também não podem ser bêbedos e pedófilos? Estamos a partir do princípio que os casais homossexuais são impecáveis - eu diiria que uns são, outros não. Como, aliás, acontece entre a população hetero, Mas o fenómeno é este - em poucos anos, duas ou três décadas, a homossexualidade passou de estigma infamante (o que era estúpido) a paradigma virtuoso (o que também não é lá muito inteligente).

    E houve (creio que o Luís) que disse ser preferível a adopção por homossexuais do que a Casa Pia. Continua a não fazer sentido - grandes homens saíram da Casa Pia.

    ResponderEliminar
  12. A minha posição é muito clara e apenas esta: casais heterossexuais, sejam os pais biológicos ou não, ou casais homossexuais, terão que obedecer às mesmas regras e aos mesmos princípios para poderem ter crianças a seu cargo.

    ResponderEliminar
  13. Se forem pessoas boas...mas o ambiente de um casal homossexual tem muitas deficiências para a educação de uma criança. Mas essa de haver homens que têm relações com outros homens e não são homossexuais, sobresaltou-me e ando a dormir mal. Organizem-se, porra!

    ResponderEliminar
  14. Augusta, concordo contigo. Casais ou não, homem e mulher sem atender a sua orientação que obedeçam às regras de adopção. Não há instituição que substitua o afeto de um ser humano.
    O resto, a meu ver continua a mostrar que aceitamos ainda com resistência a diferença em relação à orientação sexual, apesar de estarmos convecidos do contrário.
    A vida existe para além do sexo, feliz daquele que atingiu essa liberdade.

    ResponderEliminar
  15. Não merece a pena continuar esta discussão. Se fosse uma questão geracional, Luís, resolvia-se. Mas não é.
    Aquilo que comecei por caracterizar como o pensamento dominante, o «politicamente correcto» não deixa liberdade às mentes para tomarem em consideração argumentos que à partida são considerados retrógrados. Lamento desiludir quem assim pensa - há mais de dois mil anos houve sociedades mais "avançadas" na aceitação da homosexualidade. Gostava de ouvir, em vez dos consabidos chavões, uma opinião profissional - podem dois homens ou duas mulheres substituir o pai ou mãe (biológicos ou não)? É saudável para a criança o convívio com os aspectos domésticos da homossexualidade? Com argumentos de base científica credível, talvez eu pudesse mudar a minha maneira de encarar o assunto - com palpites demagógicos, não.

    ResponderEliminar
  16. Desculpa,Carlos, mas estás a ser injusto. Eu de politicamente correcta não tenho nada.Só não posso ver crianças amontoadas em orfanatos, já disse.Não acho que isto seja uma questão geracional e o que considero é que ainda há determinados preconceitos na esquerda que eu pensava que já tinham sido maioritariamente ultrapassados. Também, não faço parte de nenhum lobby gay. Mas acho que, de facto, não vale a pena continuar esta discussão,senão vamos chegar à mesma situação da outra sobre a poesia.

    ResponderEliminar
  17. Não te acusei de nada e sei que nem tu, nem nenhum dos companheiros do blogue, faz parte de lóbis - não é meu hábito lançar anátemas sinistros sobre quem não pensa como eu. O que não impede que os lóbis existam e que, espalhados pela imprensa, pela televisão, ajudem a consolidar teses que, certas ou erradas, anos atrás seriam liminarmente recusadas pela opinião pública. A aceitação de orientações sexuais diferentes das que a Natureza impõe, está generalizada. O casamento entre pessoas do mesmo sexo, foi aceite. Acho um excesso, por ter visto pessoas que são contra o casamento entre pessoas de sexos diferentes, apoiarem agora o matrimónio gay - parece-me uma contradição. Mas aceito tudo isso. Na adopção de crianças,a protagonista é a própria criança e são os seus interesses que deevm prevalecer. Pouco me toca que instintos maternais ou paternais dos gays não sejam satisfeitos - é uma consequência da sua opção.
    Creio que a posição de todas as pessoas que comentaram o meu texto, bem como a minha, ficou clara. Sei que vai haver mais intervenções. Às 16:30 será publicada uma extensa mensagem do nosso companheiro catalão, Josep Anton Vidal. Presumo que a disussão se desloque para a caixa de comentários desse post.

    ResponderEliminar