quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Wall Street - O Dinheiro não dorme



Sete anos passados na prisão deixam muito tempo para pensar e o personagem de Michael Douglas está de regresso à liberdade.

Quem não percebeu muito bem como é que a especulação deitou por terra a economia mundial, concentre-se numa cena do ínicio do filme, onde, numa palestra a jovens tubarões da alta finança, é resumido o conceito " invasivo, infernal e global.Como um cancro".

A ganância de uns quantos de mão dada com a credulidade da maioria, sem criar qualquer riqueza apropria-se de milhões em mais -valias que, a mais das vezes, resultam do efeito conjugado de boatos sobre uma determinada empresa e de movimentos especulativos de compra e venda de milhões de acções. Ninguem sabe quem está por trás desses movimentos, off-shores sem rosto, contas na Suiça sem nome, até que a luta passa a tramar os próprios figurantes e aí a riqueza súbita e os suícidios levam à vingança.

Não é um grande filme, longe disso, mas é um filme que clarifica muita coisa, como é possível que os Estados não regulem, como a Lei protege a batota, como a economia e a finança deixaram de ter o homem como modelo central, para passar a ser um jogo de perde e ganha ao arrepio de qualquer mérito e do mínimo de bom senso. A finança é uma lotaria viciada onde ganham sempre os que lançam os dados.

Trata-se de um estado febril, gente que tem tanto dinheiro que tudo podem ter mas que não conseguem parar, destroiem a família e os amigos, a própria vida em muitos casos.Uma das lições deste filme é que sempre haverá homens e mulheres capazes de deitarem tudo a perder se os Estados e a sociedade não conseguirem travar a cegueira e a ganância. Aliás, cá no burgo tambem temos casos desses bem recentes.

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