sábado, 23 de outubro de 2010

China - devemos ajudar o "dumping social"?

Luis Moreira

Uma China muito rica com milhões de chineses muito pobres, é uma situação lamentável mas que nós europeus ajudamos e muito, comprando baratíssimos os produtos chineses que sabemos que resultam de "dumping social", mantendo na miséria muitos trabalhadores sem quaisquer direitos, incluindo crianças.

As boas intenções nem sempre dão bons resultados, ter as fronteiras abertas e participar na livre circulação de produtos e bens e pessoas, tem sido uma política que ,generosa, nos seus principios, não tem dado frutos e não tem contribuído para um mundo mais justo. Ao contrário, o que se vê é que as situações de miséria se mantêm na origem e a Europa recolhe problemas gravíssimos a que urge deitar mão. Merkel e Sarkozy dão sinais que a circulação livre de pessoas tem os dias contados.

Não é de todo possível que pessoas e mercadorias com origem no exterior, não estejam enquadradas na Lei vigente no país de destino. Daí resultam situações que não só não são aceitáveis, como colocam os naturais em inferioridade face à Lei. Ora, o primeiro principio de um Estado de Direito é que todos estão sujeitos ao cumprimento da Lei e ninguem está acima dela.

Se dúvidas houvesse que a glozalização e o neo-liberalismo sem regras e sem regulação não respondem aos problemas globais, a situação que se vive na China é mais que suficiente para se perceber que não é uma Europa de cócoras perante os que a querem destruir nos seus principios e modos de vida, que resolve situações internas de países longínquos que não querem largar mão das suas vantagens, mesmo que isso corresponda à manutenção de situações de profunda injustiça.

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