domingo, 24 de outubro de 2010

Dicionário Bibliográfico das Origens do Pensamento Social em Portugal (16), por José Brandão

Élisée Reclus


Emílio Costa

Lisboa, 1933

Não podemos seguir, passo a passo, a existência de Èlisée Reclus. Limito-me, portanto, ás principais fases da sua vida, que são, sempre, de acção moral, sob qualquer aspecto.

É nos anos que decorrem dos 12 aos 20 que se opera, nos dois irmãos, a evolução mental que os separou por completo das ideias religiosas do pai e foi a causa do mais profundo desgosto que, certamente, este sofreu na vida.

O pastor Reclus, desejoso de assegurar aos filhos uma educação em que os estudos clássicos fossem ciosamente conduzidos e vigiados pelo espírito cristão, resolvera confiá-los a professores que ele supunha animados do mais puro cristianismo. Foi assim que Élisée partiu, aos 12 anos, para o colégio dos irmãos Morávios, em Neuwied, na Alemanha, onde já se encontrava ÉIie; que frequentou depois o colégio protestante de Sainte-Foy-Ia-Grande, e, por fim, a Faculdade protestante de Montauban.

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Em Marcha


Nogueira de Brito


Seara Nova, 1976

Aos olhos de muitos, a recente constituição do Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública teve foros de novidade. É que poucos sabem, ou se lembram, da existência de uma organização sindical dos funcionários públicos, criada em 23 de Março de 1919 sob o nome de Associação de Classe dos Empregados do Estado, tendo passado a Sindicato Nacional dos Empregados do Estado em 22 de Dezembro de 1924, extinta compulsivamente logo em 1926.

Há, pois, uma história do sindicalismo dos funcionários do Estado em Portugal, cuja memória o fascismo tentou esconder, e pelos vistos logrou fazê-lo, mais zelosamente ainda do que a de qualquer outra classe. Importa agora trazer essa história de novo à luz do dia e à consciência colectiva do funcionalismo português.

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Emílio Costa

e o Sindicalismo
(Da Formação Libertária
à Casa Sindical)

António Ventura

Alberto Pedroso

Seara Nova, 1977


«(...) Não se pode hoje falar ou escrever sobre a história do Movimento Operário e Sindical Português durante o primeiro quartel do século XX, sem que o seu nome (de Emílio Costa) imediatamente nos surja como um dos intervenientes mais notáveis na formulação das bases teóricas que iriam enformar a organização operária nacional.

Ao reconhecer aqui o facto não nos preocupa, como é óbvio, apreciarmos criticamente os resultados alcançados (ou não), mas tão-somente sublinhar a extensão desse labor de muitos anos e a honestidade de propósitos que o orientou.

Com efeito, desde 1901 e durante muitos anos, irá desenvolver uma intensa actividade de propaganda, quer como divulgador dos ideais libertários, quer como tradutor e propagandista das primeiras obras teóricas sobre o sindicalismo revolucionário, predominante em França, donde provinha.»

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