Com este poema de Manuel Simões iniciamos a série Fotopoemas onde uma fotografia de José Magalhães será acompanhada poe um poema ou por um texto poético de um colaborador do Estrolabio. Vai ser assim durante uns dias - sempre às 10:00.
Poema de Manuel Simões e
Fotografia de José Magalhães
No espelho d'água
o tremular opaco
da aparência
flutua à deriva
compõe e decompõe
a imprevista imagem
no momento
exacto da vertigem
da falsa percepção
desfeita pela crespa
onda, já aflorada
pelo vento agreste
que refaz a ilusão:
o real e o avesso,
marca d'água
e seu reflexo
(in Micromundos, Lisboa, 2006, p. 26)
sábado, 9 de outubro de 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Uma bela abertura.
ResponderEliminarObrigado Manuel Simões
Subscrevo e completo o agradecimento: obrigado, Manuel Simões, obrigado José Magalhães.
ResponderEliminarLindíssima foto. Belo poema.
ResponderEliminarReparem que o sol desta ilusão resgatada ao tempo é o ponto no i da sua luz reflectida. Como o poema é o i de ilusão no ponto de luz que reflecte. Um espelho de água. Verdadeiro como a poesia. Ilusório como a verdade. Parabéns à dupla.
ResponderEliminarSó domingo ao fim do dia tenho oportunidade de ler e ver. Foi fácil imaginar-me num local como este (captado pelo José Magalhães) a saborear a beleza do poema do Manuel Simões. Fiquei mais confortável com as brasas com que ambos nos aqueceram.
ResponderEliminar