Luis Moreira
Eu bem sei que os professores não têm experiência de gestão das organizações e até creio que enquanto professores não terão que saber de gestão, mas às vezes fico perplexo. Agora alguns deles, os mesmos de sempre, estão contra o facto de os Directores das escolas serem avaliados pelas Direcções Regionais do Ministério. Mas então que de outra forma poderia ser?
Os Directores das escolas não dependem das Direcções Regionais? Os Directores Regionais não dependem do membro do Governo e o Governo não é avaliado pelos votantes? É assim em Democracia! Vão ser sujeitos a pressão politica? Pois vão, como seriam sujeitos à pressão dos professores se por eles fossem avaliados.
Ou querem andar em roda livre e em circuito fechado como na Justiça que não depende de ninguem , com os lindos resultados que estão à vista e com 97% de "bons" e "muito bons"? É isso? O Processo de avaliação vai ser regulado pelo Conselho Coordenador da Avaliação. Fazem parte deste Conselho o Director Regional e três Directores escolhidos entre os membros do Conselho das escolas. É sensato.
Um dos argumentos é que o Director Regional nada sabe do que se passa nas escolas. Melhor seria dizer que não sabe de nenhuma mas sabe de todas, que é, precisamente, o que o torna capaz de avaliar. Comparando os objectivos e medidas negociadas , com o que se passa noutras escolas com o mesmo perfil. Será que quem trabalha nas escolas tem uma visão do todo para poder avaliar o director da sua escola? Isso, normalmente, dá no gajo porreiro, mas que não obtem resultados.
Professores há, bem mais avisados e sabedores, que lutam pela clarificação dos critérios que irão presidir à avaliação, quanto mais claros, mensuráveis e negociados melhor para todos, haverá mais justiça e menos discricionaridade por parte de quem avalia. Defender que o Conselho Geral seja incluído no orgão avaliador por ser o orgão que escolhe o Director das escolas, é como meter "a raposa dentro do galinheiro".
Ser ingénuo é acreditar que o orgão Coordenador não vai pressionar o Director da escola ou é acreditar que os professores avaliariam de forma transparente e sem pressões?
O corporativismo cega pessoas inteligentes.Há bem pouco tempo defendiam que a avaliação não era aplicável às escolas e aos professores.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
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