terça-feira, 5 de outubro de 2010

República nos livros de ontem nos livros de hoje - 201 e 202 (José Brandão)

O 28 de Maio e o Fim do Liberalismo

(Das Lutas Liberais de Oitocentos ao Advento da República)

José António Saraiva/Júlio Henriques

Livraria Bertrand, 1977

A que se deve a tradição centralista do Poder em Portugal e a dificuldade da afirmação no País de uma burguesia activa e autónoma em relação ao Poder do Estado? Como se entende a incapacidade da sociedade portuguesa para produzir no seu interior uma classe dominante e a delegação cíclica do poder na força das armas? Recuando até ao século XIX, e mesmo antes, à procura das raízes profundas do Estado Novo, buscando no século XIX as razões de ser de um período que foi, só, um dos mais longos períodos de estabilidade política e institucional da história portuguesa moderna. O 28 de Maio e o Fim do Liberalismo não é, ainda assim, um livro sobre o século XIX. A História é normalmente a história das células vivas de um Tempo – e este livro, em certo sentido, é o seu contrário: a procura, num Tempo, das suas células mortas.
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O 28 de Maio e o Fim do Liberalismo

(Do Advento da República à Revolta de Braga)

José António Saraiva/Júlio Henriques

Livraria Bertrand, 1978

A análise das circunstâncias em que se dá o golpe militar de 28 de Maio; o facto de ele se ter feito praticamente sem um tiro e de a passagem do Poder das mãos dos militares para as mãos dos políticos civis ter acontecido depois praticamente sem convulsões; de, com ele, se ter iniciado um dos períodos mais longos de estabilidade política e institucional da história portuguesa moderna levaram-nos a concluir da impossibilidade de entender o 28 de Maio pela análise apenas da conjuntura próxima.

Com este volume, que trata da I República e do seu tempo – uma República que aqui se entende simultaneamente como prolongamento e estertor do liberalismo monárquico – dá-se por concluída a tentativa de descobrir aquilo a que se poderão chamar as «raízes distantes» do Estado Novo.
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1 comentário:

  1. Duzentos e dois livros foram referidos, dia a dia, por nós. E essa leitura diária de duas pequenas sínteses de outros tantos livros, talvez não nos tenha dado a ideia da grandiosidade deste projecto que o nosso querido amigo, o historiador José Brandão, levou a cabo. É uma obra gigantesca, minuciosa e utilíssima. Eu aue pensava ter uma grande biblioteca sobre o tema, até fiquei complexado(Há apenas dois ou três livros da minha lista que o José Brandão não fichou. Um grande abraço e vamos então partir para uma nova maratona bibliográfica.

    Muito obrigado José.

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