sábado, 30 de outubro de 2010

Ricardo Carvalho Calero - O porvir do galego

Dando continuidade à série de textos que temos vindo a dedicar às comemorações do centenário do Professor Ricardo Carvalho Calero (1910-1990), iniciamos hoje a divulgação de um conjunto de vídeos sob o título genérico "O porvir do galego", titulo e tema de um entrevista emitida em 27 de Abril de 1987 pela TV Galiza. Esta entrevista foi conduzida por Constantino García González (Uvieu 1927 - Compostela 2008), Catedrático de Filologia Românica da Universidade de Santiago de Compostela. É um depoimento essencial para a compreensão da posição de Carvalho Calero na luta pela língua e pela cultura galegas. Sabendo que os galegos, de uma maneira geral, conhecem sobejamente esta posição, fazemos a sua divulgação mais em intenção de muitos portugueses, brasileiros e outros falantes do idioma, que não têm dado a este magno problema a atenção devida.

Neste segmento que hoje inserimos, o Professor Carvalho Calero explica as razões históricas que conduziram à secundarização do galego relativamente ao castelhano, situadas sobretudo no século XIV, quando no século XIV, a aristocracia galega apoiante de Henrique de Trastâmara, se viu obrigada a exilar-se. sendo substituída pela nobreza castelhana e durante a Revolução Industrial, com a chegada de técnicos estrangeiros. Explica como na Catalunha as coisas se passaram de modo diferente, pelo que foi possível aos catalães manter a língua e a literatura mais protegidas da aculturação.

Até 30 de Outubro próximo, não deixaremos de ir publicando textos, fotografias e vídeos sobre o Professor Carvalho Calero, figura cimeira da intelectualidade galega . O Estrolabio de 30 de Outubro será inteiramente dedicado à sua vida e à sua obra.

Iremos,até lá, publicando textos sobre Carvalho Calero e sobre outros paladinos da unidade do galego-português, como já fizemos com Manuel Rodrigues Lapa, por exemplo, um grande intelectual português que disse referindo-se a Otero Pedrayo: Se eu tenho orgulho em ser galego desta Galiza de aquém-Minho, e não é a primeira vez que o manifesto (sou de Anadia, nos limites da Galiza lanterga [sic]), por que razões ele, homem de Lugo, que pertencia à metrópole de Braga, não há-de ter orgulho em ser português? Dizendo melhor: por que não havemos todos de ter muita honra em ser galego-portugueses?”( in Otero Pedrayo e o problema da língua”, Grial, no 55, 1977, p. 44; depois em Estudos galego-portugueses, op. Cit.

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