FugaEmRede - Brigada 'Palestina, terra e territorio'
Pegadas de umha terra interminavel
Tres dias nos territorios ocupados de Cisjordania som suficientes para decatar-se do significado que 'Lager' (campo de concentracom em alemam) pode ter na sociedade do risco contemporanea. A anulacom do regime de cidadania de umha povoa com enteira pola via da emergencia, e a fragmentacom em arquipelagos dos territorios e afectos que constituem o centro de qualquer comunidade humana, som rasgos centrais da politica etnica israeli.
Na periferia atopamos os tres eixos transversais de umha dinamica colonial profundamente ambivalente, sofisticada e rudimentaria de umha vez, a saber: impedir de forma fisica e burocratica qualquer apendice de livre mobilidade da povoacom arabe do 'West Bank' (cisjordania); controlar, tutelar e apoderar-se da capacidade de produccom material da mesma e, finalmente, substraer de forma continuada os seus recursos e bens comuns.
Pero apenas tres dias som tambem suficientes para percatarse do exponencial ejercico de dignidade que, colectivamente, atravesam diariamente miles de pessoas nas terras da Palestina Historica. Venres 30 de abril, 09.00 da manha. Tras horas de viagem, controis, fronteiras e interrogatorios, atopamo-nos de novo na terra 'Filastin'. A paradoxal alegria que produz atravesar o Chekpoint de Qalandya para entrar no maior campo de concentracom do planeta fala as claras do mundo de contrastes que habita nestes preto de 5.600 km2 de terra (di)seccionada.
Qalandya Checkpoint e a principal barreira que impide o transito de miles de palestinianxs desde Cisjordania (West Bank) cara a Al Quds (Jerusalem), a sua historica capital. Finalmente, na manha, somos miles xs civis que atopamo-nos sorteando as barreiras entre decenas de militares voluptuosamente armadxs. Atraves ando intuitivamente um Checkpoint que funciona como vertice de confluencia do muro ilegal e que fracciona -etnica e religiosamente- as vidas de preto de 3 milhons de pessoas.
Venres 30 de abril, chegamos a Bi'lin (http://www.bilin-village.org/) para participar da manifestacom semanal contra o muro da vergonha. Um muro de segregacom que, acorde com a estrategia colonial de ocupacom, e empregado polo estado de Israel como ferramenta expiatoria para roubar sistematicamente as melhores terras e recursos das pequenas vilas palestinianas. Fronte a esta nova forma de violencia e humilhacom a resposta das gentes de Bi'lin e clara: desobediencia civil. Desde ha pouco mais de 5 anos, cada venres, umha plural mobilizacom nom violenta percorre a vila ate as posicons do muro, ate os acampamentos das tropas israelis.
Cada semana novas mobilizacons singulares: convocadas por comités populares autonomos som expressons publicas novedosas nas que povoadorxs, internacionais e activistas israelis contra a ocupacom caminhamos a um tempo em Bi’lin ou nas diversas demostracons que nascerom tras o ejemplo da vila fronteirica. Ni'lin, Yayus o Budrus som, desde ha meses vilas onde se reproduz este ejemplo molesto, o da cooperacom civil contra o muro, respostado punitivamente pola maquinaria de guerra do Tzahal (http://miblog-shomer.blogspot.com/) que, com no vos ordenamentos, declara cada venres 'zona militar fechada' (umha sorte de toque de queda posdemocratico) as vilas desobedientes.
Na tarde, asistimos a ilusionante mobilizacom de Sheikh Jarrah (http://www.en.justjlm.org/) na que centenares de pessoas participam de umha iniciativa novedosa, vital. Sheikh Jarrah, bairro arabe de Jerusalem
leste, sofre desde ha meses a ocupacom de vivendas por parte de colonos judeus inspirados num extremismo mais humano que divino, amparadxs na connivencia da policia israeli. Ante isto, num gesto convertido em desafecto, miles de israelis mostram cada venres umha repulsa -ao fim activa- como parte demasiado cativa de umha sociedade, a israeli, paralicada e inmobil ante a constante violacom de direitos que deriva do seu hegemonico monopolio da violencia.
O exemplo das coordenacons autonomas contra o muro http://almubadara.org/) dos comites juvenis de saúde (http://www.hwc-pal.org/), ou das multiplas cooperativas de mulheres (http://palestineembroidery.wordpress.com/) acompanham-nos na calida manha dum domingo entre Ni’lin (http://www.nilin-palestine.org/en) e Ramallah
Finalmente Palestina, nom se traduz so (como diria John Berger) num som mais forte que um ouveo, mais apremiante que o lamento. Palestina e, singularmente, um mar de dignidade colectiva contra brutal avanco do
deserto. Ante as injusticas sistemicas, hoje em dia cumpre estar do ladodxs que tomam parte. Tomar partido aqui significa retomar velhas palavras, pero sobre todo, agora emprender fermosas practicas: parte e fim, solidariedade.
Aquí, na falda das colinas, ante o ocaso
e as fauces do tempo,
junto as hortas de sombras arrancadas,
fazemos o que fam xs prisioneirxs,
o que fam xs sem trabalho:
alimentamos a esperanza.
Pegadas de umha terra interminavel
Tres dias nos territorios ocupados de Cisjordania som suficientes para decatar-se do significado que 'Lager' (campo de concentracom em alemam) pode ter na sociedade do risco contemporanea. A anulacom do regime de cidadania de umha povoa com enteira pola via da emergencia, e a fragmentacom em arquipelagos dos territorios e afectos que constituem o centro de qualquer comunidade humana, som rasgos centrais da politica etnica israeli.
Na periferia atopamos os tres eixos transversais de umha dinamica colonial profundamente ambivalente, sofisticada e rudimentaria de umha vez, a saber: impedir de forma fisica e burocratica qualquer apendice de livre mobilidade da povoacom arabe do 'West Bank' (cisjordania); controlar, tutelar e apoderar-se da capacidade de produccom material da mesma e, finalmente, substraer de forma continuada os seus recursos e bens comuns.
Pero apenas tres dias som tambem suficientes para percatarse do exponencial ejercico de dignidade que, colectivamente, atravesam diariamente miles de pessoas nas terras da Palestina Historica. Venres 30 de abril, 09.00 da manha. Tras horas de viagem, controis, fronteiras e interrogatorios, atopamo-nos de novo na terra 'Filastin'. A paradoxal alegria que produz atravesar o Chekpoint de Qalandya para entrar no maior campo de concentracom do planeta fala as claras do mundo de contrastes que habita nestes preto de 5.600 km2 de terra (di)seccionada.
Qalandya Checkpoint e a principal barreira que impide o transito de miles de palestinianxs desde Cisjordania (West Bank) cara a Al Quds (Jerusalem), a sua historica capital. Finalmente, na manha, somos miles xs civis que atopamo-nos sorteando as barreiras entre decenas de militares voluptuosamente armadxs. Atraves ando intuitivamente um Checkpoint que funciona como vertice de confluencia do muro ilegal e que fracciona -etnica e religiosamente- as vidas de preto de 3 milhons de pessoas.
Venres 30 de abril, chegamos a Bi'lin (http://www.bilin-village.org/) para participar da manifestacom semanal contra o muro da vergonha. Um muro de segregacom que, acorde com a estrategia colonial de ocupacom, e empregado polo estado de Israel como ferramenta expiatoria para roubar sistematicamente as melhores terras e recursos das pequenas vilas palestinianas. Fronte a esta nova forma de violencia e humilhacom a resposta das gentes de Bi'lin e clara: desobediencia civil. Desde ha pouco mais de 5 anos, cada venres, umha plural mobilizacom nom violenta percorre a vila ate as posicons do muro, ate os acampamentos das tropas israelis.
Cada semana novas mobilizacons singulares: convocadas por comités populares autonomos som expressons publicas novedosas nas que povoadorxs, internacionais e activistas israelis contra a ocupacom caminhamos a um tempo em Bi’lin ou nas diversas demostracons que nascerom tras o ejemplo da vila fronteirica. Ni'lin, Yayus o Budrus som, desde ha meses vilas onde se reproduz este ejemplo molesto, o da cooperacom civil contra o muro, respostado punitivamente pola maquinaria de guerra do Tzahal (http://miblog-shomer.blogspot.com/) que, com no vos ordenamentos, declara cada venres 'zona militar fechada' (umha sorte de toque de queda posdemocratico) as vilas desobedientes.
Na tarde, asistimos a ilusionante mobilizacom de Sheikh Jarrah (http://www.en.justjlm.org/) na que centenares de pessoas participam de umha iniciativa novedosa, vital. Sheikh Jarrah, bairro arabe de Jerusalem
leste, sofre desde ha meses a ocupacom de vivendas por parte de colonos judeus inspirados num extremismo mais humano que divino, amparadxs na connivencia da policia israeli. Ante isto, num gesto convertido em desafecto, miles de israelis mostram cada venres umha repulsa -ao fim activa- como parte demasiado cativa de umha sociedade, a israeli, paralicada e inmobil ante a constante violacom de direitos que deriva do seu hegemonico monopolio da violencia.
O exemplo das coordenacons autonomas contra o muro http://almubadara.org/) dos comites juvenis de saúde (http://www.hwc-pal.org/), ou das multiplas cooperativas de mulheres (http://palestineembroidery.wordpress.com/) acompanham-nos na calida manha dum domingo entre Ni’lin (http://www.nilin-palestine.org/en) e Ramallah
Finalmente Palestina, nom se traduz so (como diria John Berger) num som mais forte que um ouveo, mais apremiante que o lamento. Palestina e, singularmente, um mar de dignidade colectiva contra brutal avanco do
deserto. Ante as injusticas sistemicas, hoje em dia cumpre estar do ladodxs que tomam parte. Tomar partido aqui significa retomar velhas palavras, pero sobre todo, agora emprender fermosas practicas: parte e fim, solidariedade.
Aquí, na falda das colinas, ante o ocaso
e as fauces do tempo,
junto as hortas de sombras arrancadas,
fazemos o que fam xs prisioneirxs,
o que fam xs sem trabalho:
alimentamos a esperanza.
De 'Estado de Sitio' Mahmud Darwish, grande poeta palestiniano.
Desde algum ponto cerca do rio Jordam, t. e h. por FugaEmRede.
Imagens da brigada de FugaEmRede 'palestina, terra e territorio':
http://www.flickr.com/photos/fugaemrede/
Video da manifestacom do 30/4/10 em Bi'lin:
-Demonstration
Mais textos destes, mais, mais, mais. É urgente não parar a denúncia de um dos maiores e mais bárbaros crimes contemporâneos contra a humanidade. Por ser humano e pertencer a esta humanidade eu me encolho de vergonha.
ResponderEliminarÉ verdade. é verdade, eu também. Esta realidade, a mim, vira-me do avesso.
ResponderEliminarA favor disto, excluindo os falcões a quem a Lei e o direito nada interessam, ninguém está.É preciso denunciar para abrir caminho à PAZ!
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