domingo, 14 de novembro de 2010

Dicionário Bibliográfico das Origens do Pensamento Social em Portugal (32), por José Brandão

Os Operários

Raul Brandão

Biblioteca Nacional, 1984

Quando, na última década do século XIX, Raul Brandão publica as suas primeiras obras e os seus primeiros artigos em Jornais e revistas, a questão social, que vai estar no âmago de toda a sua criação literária, assumiu uma particular acuidade, conforme o prova, além do aparecimento de muitos grupos anarquistas e de dezenas de jornais de orientação anarquista, o número de ensaios que, nessa época, se publicam em Portugal sobre esse tema: escritores prestigiosos como Eça de Queirós, argutos e bem informados publicistas, hoje ignorados ou mal conhecidos, como Augusto Fuschini, António de Serpa Pimentel, o visconde de Ouguela e Ladislau Batalha, entre outros, analisam a crise social nascida da euforia capitalista e do deficiente funcionamento do sistema constitucional, sublinham a gravidade do momento histórico que se atravessa, denunciam abusos…

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A Origem da 1.ª Internacional em Lisboa


Carlos da Fonseca


Editorial Estampa, 1973

Faz um século que, em Lisboa, a Secção Portuguesa da Associação Internacional dos Trabalhadores fez a sua aparição pública com um manifesto de solidariedade para com os trabalhadores de Sevilha. Este documento, datado de Outubro de 1871, é, por assim dizer, como que a certidão de idade da Secção Portuguesa da Internacional. Porém, se quisermos ser mais rigorosos e respeitar assim o espírito deste internacionalismo centenário mas não morto que animou os seus fundadores, teremos de considerar a existência oficial da Federação de Lisboa como remontando ao dia 10 de Março de 1872. Para além de marcar o primeiro contacto com o Conselho Central de Londres, esta é a data oficial da adesão da Secção Portuguesa à Internacional.

Falar da Federação de Lisboa sem levantar um certo número de problemas que afectaram a vida da AIT seria particularizar um fenómeno…

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Origens do 1º de Maio

Vários

Lisboa, s. d.

Em todo o mundo, milhões de trabalhadores comemoram hoje o 1º de Maio.

Para muitos desses camaradas, já libertos da exploração capitalista, este dia será de festa e alegria, para outros será de luta.

Para nós, portugueses, o 1º de Maio será, simultaneamente, um dia de festa e de luta. De festa porque, ao fim de 48 anos de ditadura, podemos festejar esta jornada em liberdade, e de luta porque, hoje, mais do que nunca, é necessário travar o passo ao capital reaccionário que tenta pôr em causa as conquistas por nós alcançadas desde o 25 de Abril de 1974.

O 1º de Maio é, portanto, o dia mundialmente consagrado aos que produzem.

Mas, porque razão tal data é considerada o Dia do Trabalhador? Teremos que recuar um pouco no tempo.



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