sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Dicionário Bibliográfico das Origens do Pensamento Social em Portugal (36)

Os Portugueses Perante a Aliança Inglesa

Bourbon e Meneses

Livraria Bertrand, 1941


Não é possível contestar a existência em Portugal de pessoas inclinadas a crer no malefício da nossa aliança com a Inglaterra. No conceito dessas pessoas, se não somos ainda o que pudemos ser nos séculos XV e XVI, à Inglaterra o de vemos. Um escritor por sinal bem cativante, chegou até a escrever em carta endereçada a sir, John Bull, e referindo-se a Portugal: «o facto mais acerbo da sua história és tu mesmo, ó John Bull”».

Contra a aliança Luso-britânica foi assim lavrada, à guisa de complemento da que incrimina a Grã-Bretanha de, por várias vezes nos haver extorquido a fazenda, esta outra acusação: a de nos ter abastardeado o carácter e o vigor.
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Portugueses Somos

Joel Serrão

“É que, de facto, é importante – e cada vez mais preciso – que também nos familiarizemos e nos defrontemos com as obras de um Herculano, de um Antero de Quental, de um Oliveira Martins, de um Camilo, de um Raul Proença, de um António Sérgio; que tentemos apreender as grandes linhas do nosso pensamento político na época contemporânea; que estudemos os rastos do anticlericalismo na nossa literatura; que se definam parâmetros para a abordagem da novelística social da década de 1940. Quanto à poesia de Eugénio de Andrade, possa eu transmitir a quem me leia a paixão com que a estudei, a alegria com que aprofundei o seu conhecimento que, aliás, data da já longínqua juventude!”

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O Presente e o Futuro de Portugal

Augusto Fuschini

Fronteira do Caos, 2005

Companheiro de Eça de Queiroz, de Ramalho Ortigão e de Antero de Quental em diversas batalhas cívicas e intelectuais, Augusto Fuschini foi um dos Conferencistas do Casino que em 1871 viu proibida a sua palestra por decisão governamental.

Com certeiras e acutilantes pinceladas, Fuschini, escrevendo em 1899, retrata os caracteres principais da sociedade portuguesa do seu tempo - que representam afinal, ainda hoje, as debilidades e os vícios da portugalidade.

O que mais impressiona neste luminoso fresco do final do nosso século XIX é, com efeito, a sua espantosa - e deveras preocupante - actualidade: a imoralidade dos governantes, sempre escudada na impunidade; a resignação fatalista e a subserviência medrosa dos governados; a falta de verdadeiros estadistas, assim como o cinismo e a inépcia dos poderes públicos;

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