Poema de Carlos Mesquita e
Fotografia de José Magalhães
Que bem fica perderes no porto…
tuas penas. Seca as lágrimas, (poeta)
Mais penas virão depois de morto
Apesar de tudo agora vives
espumando raiva no leito forte
Louva o vale relvado onde pariste
a força a glória e a semente
Muros incertos enfileirados
Em bichas de pedras cavalgadas
Rumo à ponte velha em pedaços
Augustas árvores desfolhadas
Nuvens sem graça e céu sombrio
Cobrem de musgo antigas fragas
Postal de inverno, névoa e frio
Embaciando o louco olhar
Que as margens deitam sobre o rio
Desfolhada?! Ainda ninguém fez aqui um poema para me ofender.
ResponderEliminarAugusta, o Mesquita é um mestre na subtil agressão - repara nos primeiros versos :
ResponderEliminarÁguas (falta um i, ele quer dizer águias)que voam sobre pedras (aqui hã uma inversão, as pedras e as bolas de golfe é que voaram sobre as águias) Que bem fica (Benfica) perderes no porto… (e de que maneira!)tuas penas. Seca as lágrimas, (poeta) (Já sequei)
Mais penas virão depois de morto (está bem, mas essas já não estou cá para ver). Estás a ver o engenho poético-futebolístico do Mesquita? Augustas desfolhadas? Para ser ofensivo terias de ir consultar o dicionário de castelhano-português. Um mestre na insídia, este Carlos Mesquita. Mas o soneto é giro.
Percebi que metia aí futeboladas e ferroadas a torto e a direito...até que me calhou a mim. Mas está giro, sim senhor, e com aquele humor inteligente que eu sempre admirei nele.
ResponderEliminarEu, num exercício de modéstia muito frequente em mim,escrevi aqui logo a seguir ao editorial do Loures que era o único "não poeta" da equipa. E não é que acertei? Os índicios da minha decadência acentuam-se...vou passar a assinar ( águia real desasada)
ResponderEliminarE outra: "bichas de pedras"... mas com esta graça prejudicou o soneto.
ResponderEliminarSim, as "bichas de pedras" também dão nas vistas. Esse gajo é um malandro encartado. E os serões do Estrolabio estão a ficar animados.Vê-se bem que está a chegar o Inverno e o pessoal começa a recolher à toca.Ele não percebe de "armação", preferiu o humor e fez muito bem.
ResponderEliminarSeus benenosos.
ResponderEliminarEste texto foi enviado para o Estrolabio antes do "venham mais cinco".
Declaro-me inocente das maquiavélicas invenções patentes nos comentários.
Ó minha querida Augusta que história é essa das "armações". Armar é a minha especialidade. Armar de muitas maneiras, até aos cucos.
A bingança serve-se fria.
ResponderEliminarDe espanto em espanto... sempre a descobrirmos coisas novas nos outros. Bela capacidade, bela esperança em nos continuarmos a espantar! Só assim vale a pena.
ResponderEliminarÓ bi-Carlos,
ResponderEliminarMas não é um soneto, carago!
Carago, não! Cara...go!
Mas poderemos adoptar uma noba forma poética: "o soneto entornado". Ou, atendendo ao pesar, "o soneto derramado".
Com os meus pêsames aos pesarosos e aos outros!
E mais não digo. Mais logo, quando abrir outra bez o "cervellone", bolto às coisas sérias.
Mas a foto e as palabras do bem-intencionado Mesquita não mereciam estas malébolas e transbiadas interpretações.
Cara... Não! Carago!
Paulo Rato