sábado, 13 de novembro de 2010

Sempre Galiza! - coordenação Pedro Godinho: Síntese do reintegracionismo contemporâneo (6), por Carlos Durão


Síntese do reintegracionismo contemporâneo (6)

por Carlos Durão


(continuação)

O mencionado Grupo de Trabalho Galego de Londres foi fundado em 1970 e estava integrado por Teresa Barro, Xavier Toubes, Carlos Durão, Manuel Fernández-Gasalla e Fernando Pérez-Barreiro Nolla (não confundir com o hodierno http://www.grupotraballogalego.uk.net/; andando o tempo, aquela agrupação cindiu-se amistosamente num novo GTGL (2a, 3a e 4a etapas, sem alguns dos membros originais, e com outros novos, como Ricardo Palmás) e mais um Seminário de Estudos Galegos de Londres (em colaboração com a Comissão Cultural do Centro Galego de Londres, a Peña Cultural Española e a Inner London Education Authority (ILEA), no Hammersmith & North Kensington Adult Education Institute, do Greater London Council): vide C. Durão, "O Seminário de Estudos Galegos em Londres", ANT, no 262, 31 janeiro 1985, p. 19; posteriormente alguns membros deste GTGL participaram episodicamente em atividades da ASPG e IF e publicaram algumas considerações sobre o reintegracionismo, mas sem se decidirem a dar o passo de adotá-lo).

O GTGL publicava um Boletim quasi-bimestral para os mestres rurais se familiarizarem com aquela primeira Lei do Ensino. A sua seção de correspondência estava aberta não só aos mestres, mas também a qualquer pessoa interessada nos problemas do idioma galego, como os professores portugueses Agostinho da Silva e Rodrigues Lapa, e o escritor e pedagogo galego Ben-Cho-Shey.  Incluía um suplemento com material escolar.  Nos suplementos aos nos 7 e 8 (fevereiro e abril do 1972), o Boletim levava textos portugueses, com algumas instruções para facilitar a sua leitura.  No no 9 (Natal) fazia-se um primeiro intento de adaptar textos de Castelão à ortografia comum (de que foram precursoras as “semi-adaptações” do português António Sérgio em Seara Nova, no 333, p. 325, 1933; vide "Sobre a ortografía galega: unha iniciativa", C. Durão, Grial, no 53, 1976, pp. 361-4).

Publicou um Plano Pedagógico (1971, 32: 202-10), redação coletiva do Grupo, no que dizia: “o galego non é lingua minoritaria. É -aínda- a lingua da maioría do pobo galego, a de Portugal, Brasil, Angola, Mozambique e outros pobos de África e Asia” (1971, 32: 203); e ainda: “unha técnica pedagóxica que semella protexer as linguas vernáculas pode ser, en realidade, o instrumento de unha política que ten decidido eliminalas” (1971, 32: 206). O Grupo era bem consciente deste perigo, e no seu Boletim (1971, 4: 3) dedicou-lhe ao manual Gallego 1, do Instituto de la Lengua Gallega (fundado no 1971, presidido por Constantino García González, o inventor do "galego autonómico"), uma pequena crítica na que várias vezes notava o seu caráter autoritário, e a “policía rigurosa” que Constantino García propusera no seu inapresentável artigo “Orixen e problemas do método de galego” (1971, 32: 132).

(continua)

2 comentários:

  1. Pedro, os nossos amigos galegos sabem que andas a publicar estes importantes documentos?

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  2. Eu vou querer ler isto tudo de enfiada qualquer dia.

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