domingo, 12 de dezembro de 2010

VerbArte - Um poema de Josep Anton Vidal






Cançó cínica de l'ensopiment



No cerquis més. Tot és on ha de ser,
i no ha de ser enlloc més. Mira a pleret.
El món és una estampa fora del temps.
Deixa'l estar, que està bé tal com és.
I si no pots,
no t'hi encaparris gaire, perquè l'esforç
et passarà factura. Vigila el cor,
no l'apressis, que diuen savis doctors
que cal aprendre a viure, perquè no és bo
sentir tanta fretura, i és molt millor
guadir les quatre coses que Déu ens do.
Seu i pren-te una til•la tranquil•lament
mentre mires com passen, catric-catroc,
uns trens que mai s'aturen ni van enlloc.
I si et pren la malura de la llangor,
acluca els ulls i deixa que la buidor
se't fiqui per les venes, t'arribi al cor,
t'ensopeixi i t'adormi... Non-non, non-non,
que per calmar les penes, res com el son...
Non-non, non-non...
I si t'adorms per sempre..., non-non, non-non,
ja et cantaran absoltes, non..., non..., non... Non!


Canção cínica da fraqueza


Não procures mais. Tudo está como deve ser
e onde deve estar. Olha em teu redor.
O mundo é uma estampa fora do tempo.
Deixa estar, está bem como está.
E se não podes,
não dês cabo da cabeça, pois o esforço
cobrará o seu preço. Cuida do coração,
não o esforces - dizem os sábios doutores
que é preciso saber viver, que não é bom
sentir tanta inquietação, é muito melhor
fruir as coisas que Deus nos dá.
Senta-te, bebe tranquilamente chá de tília,
enquanto vês passar, pouca terra, pouca terra,
comboios que nunca param nem vão a lado algum.
E se te vires vencido pela fraqueza
fecha os olhos, deixa que o vazio
te entre pelas veias e chegue ao coração,
te entorpeça e adormeça... dorme, dorme, sonha, sonha…
que nas dores o sono é o melhor,
dorme, dorme, sonha, sonha,
e se acaso adormeces e não acordas...,
dorme, dorme, sonha, sonha,
três badaladas e um balde de cal,
dorme - sonha..., sonha... Dorme!

(Versão portuguesa de Carlos Loures)







Sem comentários:

Enviar um comentário