segunda-feira, 19 de julho de 2010
As certezas socráticas de ontem...
Luís Moreira
Quem ver e ouvir na televisão, o então ministro-adjunto de Guterres a gritar que os estádios de futebol de 2004 seriam a salvação do país,percebe o que deverá pensar do TGV, terceira ponte e aeroporto.
Com o cabelo ainda preto, mais jovem, mas já com aquela maneira convicta de falar do que não sabe, José Sócrates grita aos quatro ventos que tudo se vai pagar, autofinanciar, tirar as Câmaras locais da miséria, o desporto da mediocridade, enfim, vinha aí o céu...
Agora são as próprias Câmaras que querem implodir os estádios, não têm dinheiro para os pagar, nem sequer para manter a limpeza e a operacionalidade,não sabem o que lhes fazer. Aveiro, com um estádio novinho em folha a substituir o belo Mário Duarte, tem lá a jogar uma equipa de futebol que anda pelas divisões inferiores, o Beira- Mar da minha infância.
Coimbra, quer sair daquele estádio e construir um novo, com a dimensão recomendável, não tem dinheiro para aguentar o estádio socrático. Leiria, mete por jogo 200 pessoas, o presidente do clube diz que não pode pagar, quer jogar em Torres Novas.O do Algarve anda a ser chutado entre as autarquias, é alugado para corridas de automóveis e para eventos musicais.
As autarquias têm dívidas para 20 anos, por causa de estádios desnecessários e sobredimensionados,o Tribunal de Contas diz, em relatório, que houve derrapagens nos custos, elevadíssimas, dificeis de explicar, o Estado derreteu nos estádios 1 000 milhões de euros !
Se o homem tivesse um bocado de humildade e visse no que deram as certezas de ontem...
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Foi por essas e por outras que estamos como estamos. Derrapagens que viram as obras de pernas para o ar. Se fossem só os estádios do 2004 estávamos nós bem. E a Casa da Música no Porto, a Ponte Europa em Coimbra, o Metro do Porto e da margem sul. Bom! Mas a manutenção desses estádios é outro pesadelo para as Câmaras que não tenham dinheiro para sustentar tamanhos elefantes brancos. Sejamos, todavia, claros. Não foi só o Sócrates com responsabilidades. Lembro-me bem que os presidentes das Câmaras insistiam para terem estádios nas suas cidades e garantiam o que tinham e não tinham. Tiveram culpa. Quuem viesse atrás que fechasse a porta.E os glutões Vocês lembram-se dos glutões? Aquilo é que foi mamar nas tetas dos contribuintes. Mas os contribuintes gostaram. Era a bola, meu Deus, era a bola!
ResponderEliminarNão me lembro de ter visto um presidente de Câmara que fosse a não querer os estádios, mesmo hoje; pedem é o dinheiro dos cofres centrais para pagar sua manutenção e uso.
ResponderEliminarcoitadas da câmaras! com estádios e sem dinheiro para os manter... o melhor mesmo é vendê-los a alguma dessas seitas que... até enchem estádios de futebol ;))))
ResponderEliminarÉ verdade que todos queriam estádios novos, mas hoje já há propostas concretas para implodir os estádios, apresentadas por vereadores de câmaras. E o Presidente da Académica quer fazer um estádio novo, mais pequeno.Veja-se a guerra em Leiria e no Algarve...
ResponderEliminarAgora falando sério: podiam ser postos à venda (se há quem compre ilhas, castelos ... podia ser que alguém quisesse comprar os estádios)
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