Clara Castilho
“UMA LUZ NO MEIO DE NÓS – AS CRIANÇAS E OS ADOLESCENTES PERANTE A MORTE”
Foi posto à venda o último livro do pedopsiquiatra Pedro Strecht, com o título acima indicado, edição da Assírio e Alvim.
Nem de propósito, no dia em mo ofereceu, analisámos a situação de um menino de 7 anos, que frequentou o 1º ano do ensino básico sem ter feito as aquisições mínimas esperadas. Nos últimos 15 meses tinham surgido na sua vida as seguintes situações: 1) morte de um irmão aos 3 dias de nascença; 2) separação dos pais; 3) morte de uma avó a quem a criança estava muito ligada. Como haveria espaço naquela cabecinha para que o B+A = BA entrasse ?
Sei, por viver na pele, o que é o sofrimento de uma criança nestas circunstâncias. Sofrimento que só adivinhamos, que nem sempre é verbalizado. A minha filha, estava ela também no 1º ano, com 6 anos, morreu-lhe primeiro a avó, com quem tinha grande cumplicidade, e passado um ano o pai…
É isto que o autor nos explica neste livro. Transcrevo da introdução algumas passagens:
“A morte inquieta. A todos deixa abandonados diante da ausência. Despe-nos perante a solidão, e estar assim, despido, sem alguém a quem se quer muito, é igualmente estar só. A morte afronta-nos e confronta-nos com tudo o que somos e fomos. Obriga a pensar em respostas que não existem. Faz-nos sentir emoções que marcam para sempre a vida. A morte dita a forma como se vive a vida.
A morte apaga a luz, subitamente, de maneira fria e simples e muitas vezes sem qualquer explicação. A morte é um movimento sem retorno, uma vida de sentido único onde quem vai à frente nunca mais se torna visível, nem tão pouco se deixa apanhar. A morte leva e faz desaparecer. A morte paralisa.”(…)
Por debaixo da palavra “Introdução” vem: (a partir da Sonata em Si menor de Franz Liszt).
Fiquemos também com ela.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário