quarta-feira, 7 de julho de 2010

Cuba - 147 presos por crime de opinião


Luís Moreira

Só a indignação, é o que se pode sentir perante o caso do jornalista Guillermo Fariñas que está em greve de fome, reinvindicando a liberdade dos outros presos políticos. A sua vida corre perigo e mesmo perante o movimento internacional a favor da liberdade, o regime de Castro não se comove. Ontem o ministro Espanhol Moratinos voou para Havana para tentar a sua sorte.

Com um pouco de sorte talvez Castro ceda e liberte os que já estão com a saúde arruinada, porque os outros vão continuar a pagar por lutarem a favor da liberdade e da democracia.Orlando Zapata Tamayo, morreu aos 42 anos ao fim de uma greve de fome de 85 dias, mas não será isso que pesará na consciência de um regime que apodrece a cada dia que passa.

Fariñas exige a libertação de 26 doentes como ele, já em Junho Raúl Castro libertou o dissidente Ariel Sigler Amaya, de 47 anos, que ficou paraplégico durante a sua detenção numa prisão cubana.


Até siempre comandante!


8 comentários:

  1. O pessoal que vai passar férias a Varadero vem de lá contente e feliz. Comem bem, divertem-se, passeiam, dançam, dormem em bons hotéis. Regressam impressionados pela beleza e tranquilidade das praias cubanas. Só não se fazem excursões a Havana para visitar os 147 presos de opinião.

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  2. Quem já foi a Cuba só vem de lá enganado se quizer.

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  3. Já fui a Cuba com a minha mulher e com o nosso António Gomes Marques e a Célia, sua mulher. Percorremos quase toda a ilha, sem quaisquer impedimentos. Vimos o que queríamos, falámos com quem quisemos falar. Ninguém nos tentou enganar. A pobreza está à vista, tal como todas as outras deficiências da sociedade cubana. Há muito descontentamento, mas numa coisa todos concordam, castristas, comunistas e opositores - o boicote americano, não desculpando tudo, motiva quase tudo. Sem o boicote, a sociedade cubana seria mais aberta e a repressão diminuiria. Não esueçamos que estão a escassas milhas da única superpotência mundial. E não querem voltar a ser o bordel dos Estados Unidos. Falar de Cuba usando as lentes capitalistas, leva a esquecer que, por exemplo, em território cubano ocupado, em Guantánamo, se cometem crimes iguais ou superiores em crueldade aos cometidos nas prisões cubanas. Em nome da liberdade. Da liberdade de quem? A tortura e os assassínios cometidos pela CIA são menos criminosos la´porque são «democráticos»? Não estou a defender o castrismo, nem as perseguições políticas feitas aos opositores do regime. Acho é que as coisas não se explicam com chavões, nem com maniqueísmos tendenciosos. Falar de opressão castrsita por oposição à liberdade made in usa, para mim não faz sentido.

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  4. Eu não defendo os US, longe disso. Mas regimes de partido único não são solução.Só a democracia é solução, os US com todos os problemas é ,no entanto, capaz de derrubar presidentes e de prender corruptos, coisa que não acontece em mais lado nenhum. mas eu nunca viveria nos US, aquela sociedade, assente na lei do mais forte mete-me medo, não é de todo o que ambiciono .A alternativa é mais e melhor democracia.

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  5. António Gomes Marques8 de julho de 2010 às 23:09

    Subscrevo o que disse o Carlos Loures e vou procurar não o repetir.
    Em Cuba, só à noite tínhamos algum receio de viajar, as estradas foram o maior perigo que enfrentámos, algumas delas pareciam ter sido bombardeadas.
    Entrámos em casas de cubanos citadinos, numa delas almoçámos; entrámos em casas de camponeses e com todos falámos. Sentimos que as condições de vida dos camponeses eram duras, mas não vimos fome. Nas cidades, vimos as cadernetas para a compra de determinados géneros racionados, mas não vimos fome.
    Convivemos com um casal com formação académica superior, mas com empregos modestos e ordenados a condizer, valendo-lhes o facto de, a acrescer ao ordenado, terem direito a uma certa quantia de caixas de cigarrilhas que vendiam, sobretudo aos turistas, compondo assim o seu rendimento, o que significa que a fábrica conseguia um certo número de «promotores» dos seus produtos.
    Encontrámos um povo, nas cidades e no campo, de uma extrema simpatia e em quase todos sentimos um certo descontentamento com o regime, mas os mais velhos não se mostravam tão descontentes, falavam do antes e as vantagens da situação que viviam eram para eles superiores às que dantes tinham vivido. Em quase todos sentimos que nada tinham contra a mudança do regime, mas logo acrescentavam: «Podem vir todos, menos os americanos!»
    Nada nos chocou, para além da vida modesta de todos? Não, de facto houve algumas coisas que nos marcaram, e julgo poder falar pelos quatro. Quando nos dirigimos aos Cayos, verificámos que havia uma fronteira que impedia a passagem aos próprios cubanos, e, mais tarde, foi-nos explicado que o aeroporto era um ponto de fuga da Ilha, o que, para nós, não justificou o facto que tínhamos presenciado; quando nos dirigimos a Varadero, uma estância turística igual a muitas outras que existem pelo Mundo e, sem lhe negar a beleza que tem, foi talvez o que menos nos agradou em Cuba, para além de termos também percebido que os únicos cubanos que ali têm acesso são os que lá trabalham e os, poucos, que ali vivem.
    (continua)

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  6. António Gomes Marques8 de julho de 2010 às 23:10

    (continuação)
    A realidade é mais complexa e não admite maniqueísmos. Ficámos encantados com Cuba, mas não gostaríamos de ali viver naquelas condições. Mas gostaríamos de ver Cuba liberta do bloqueio americano e ver como os cubanos resolveriam então os seus problemas. Este bloqueio é o principal responsável pelo sofrimento do povo cubano; acabado o bloqueio e, caso as condições de vida, em todos os aspectos, se mantivessem, então teríamos de chegar a outras conclusões e, é nossa convicção, o povo cubano encontraria forma de resolver os seus problemas, não queiramos nós resolver o que só a eles compete.
    Será que quem critica o que em Cuba se passa já pensou que as constantes incursões da CIA e as muitas sabotagens que provoca são o maior aliado do actual regime cubano?
    Claro que muitos leitores estarão a pensar na falta de liberdade, mas, meus caros, comecemos por falar da liberdade que vivemos neste mundo ocidental e, depois de resolvermos os nossos problemas e conseguirmos a liberdade total que abrirá caminho à nossa felicidade, falemos então da liberdade dos cubanos. Neste momento, a prioridade é acabar com o estúpido bloqueio e não ajudarmos os americanos a fazerem de novo de Cuba o seu prostíbulo, para além de cuidarmos de não facilitar aos traficantes de armas e de droga de Miami que se apoderem daquela ilha maravilhosa, com um povo encantador e cheio de música, que trabalha no duro, e os americanos, com o estúpido bloqueio, só adiam a possibilidade de felicidade a que tem direito.
    Vivi a Revolução Cubana na minha adolescência e confesso ter sido conquistado, mas isso não me impede de ver que o regime actual não pratica o que a Revolução nos fez sonhar; no entanto, ninguém me consegue convencer que o bloqueio estúpido dos EUA não seja o primeiro responsável por tudo quanto ali se passa.
    E se todos os colaboradores do Estrolabio organizassem uma viagem a Cuba, a que poderiam juntar-se os que nos lêem, e depois então falássemos do que ali vimos e vivemos? Eu sei que vou voltar, não sei ainda quando.
    A terminar, não posso deixar de me regozijar pela libertação de mais 52 presos políticos, o que levou, naturalmente, Guillermo Fariñas a terminar a sua greve de fome. É a acção do povo cubano, ou de alguns dos seus membros, que temos de apoiar, não queiramos substituí-los!

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  7. António Gomes Marques8 de julho de 2010 às 23:12

    (continuação)
    A realidade é mais complexa e não admite maniqueísmos. Ficámos encantados com Cuba, mas não gostaríamos de ali viver naquelas condições. Mas gostaríamos de ver Cuba liberta do bloqueio americano e ver como os cubanos resolveriam então os seus problemas. Este bloqueio é o principal responsável pelo sofrimento do povo cubano; acabado o bloqueio e, caso as condições de vida, em todos os aspectos, se mantivessem, então teríamos de chegar a outras conclusões e, é nossa convicção, o povo cubano encontraria forma de resolver os seus problemas, não queiramos nós resolver o que só a eles compete.
    Será que quem critica o que em Cuba se passa já pensou que as constantes incursões da CIA e as muitas sabotagens que provoca são o maior aliado do actual regime cubano?

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  8. António Gomes Marques8 de julho de 2010 às 23:13

    (continuação)
    Claro que muitos leitores estarão a pensar na falta de liberdade, mas, meus caros, comecemos por falar da liberdade que vivemos neste mundo ocidental e, depois de resolvermos os nossos problemas e conseguirmos a liberdade total que abrirá caminho à nossa felicidade, falemos então da liberdade dos cubanos. Neste momento, a prioridade é acabar com o estúpido bloqueio e não ajudarmos os americanos a fazerem de novo de Cuba o seu prostíbulo, para além de cuidarmos de não facilitar aos traficantes de armas e de droga de Miami que se apoderem daquela ilha maravilhosa, com um povo encantador e cheio de música, que trabalha no duro, e os americanos, com o estúpido bloqueio, só adiam a possibilidade de felicidade a que tem direito.
    Vivi a Revolução Cubana na minha adolescência e confesso ter sido conquistado, mas isso não me impede de ver que o regime actual não pratica o que a Revolução nos fez sonhar; no entanto, ninguém me consegue convencer que o bloqueio estúpido dos EUA não seja o primeiro responsável por tudo quanto ali se passa.
    E se todos os colaboradores do Estrolabio organizassem uma viagem a Cuba, a que poderiam juntar-se os que nos lêem, e depois então falássemos do que ali vimos e vivemos? Eu sei que vou voltar, não sei ainda quando.
    A terminar, não posso deixar de me regozijar pela libertação de mais 52 presos políticos, o que levou, naturalmente, Guillermo Fariñas a terminar a sua greve de fome. É a acção do povo cubano, ou de alguns dos seus membros, que temos de apoiar, não queiramos substituí-los!

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