sexta-feira, 16 de julho de 2010

Poesia tradicional oliventina - 94 quadras


São 94 quadras da poesia tradicional oliventina, todas elas em português. As 72 primeiras, todas elas já publicasa, foram recolhidas por Ventura Ledesma Abrantes nas décadas de 1930 e 1940. Das últimas 20, recolhidas pelo Prof. Hernâni Cidade nas décadas de 1950 e 1960, publicamos hoje da 83ª à 94ª.

83-
Vamos cantar os Reis
à porta do lavrador,
que tem a mulher bonita
e a filha que é uma flor.


84-
Ao poço da tua rua
fui ontem beber água.
Tinha secado de noite
com pena da minha mágoa.

85-
Vi-te à janela uma noite
chorando penas, aflita.
A Lua batia no rosto
mostrando a tua desdita.


86-
Meu coração chora sempre
as lágrimas de uma santa;
são queixumes portugueses
que se ouvem na barranca.

87-
Canta alegre o coração,
canta bem a despedida;
já não têm luz nem morrão
os olhos da minha vida.


88-
Romeiro dos meus amores,
Deixa cantar a canção;
são tristezas e são flores
que saem do coração.
 Adeus, perfumes e flores,
89-
Azeite da minha candeia,
adeus flores dos meus amores,
adeus casinhas da aldeia.

90-
Dos beijos que me destes
guardo o bafo no coração.
Quando fores ao Guadiana
ouve bem esta canção.
(REPETIDA:)


91-
Saudades, tenho saudades,
saudades das feiticeiras.
Lembrança das amizades
da "Terra das Oliveiras".

92-
Doce Jesus da minha alma,
doce Jesus da minha vida,
quando chegará a hora
da minha doce partida?


93-
Oh, senhores, eu vi-a Coxa
Lá no largo do Rossio,
com uma canastra à cabeça
vendendo o belo safio.

94-
O safio estava podre,
estava podre e não se vendia,
e a pobrezinha da Coxa
em vez de ganhar, perdia

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