sábado, 3 de julho de 2010

República nos livros de ontem nos livros de hoje - 49 e 50 (José Brandão)


O Exército e a Nação

Bernardino Machado

Lisboa, 1915


Diz-se frequentemente por aí que estamos sob uma ditadura militar. Eis o que me proponho investigar, e, se me for possível, esclarecer.

O governo da Republica portuguesa não pode, sem se desnaturar, ser militarista.

Escusado será lembrar que nas sociedades modernas o poder é radicalmente civil, representativo da vontade do povo e não do predomínio duma casta privilegiada. Por mais legítimas que sejam as revindicações do sentimento, do interesse e mesmo da força, têm de submeter-se ao imperativo categórico dos princípios morais. E o governo de princípios não é uma oligarquia intelectual, é a autocracia da razão pública. A soberania do poder civil, na sua origem e na sua finalidade, abrange todos os cidadãos, impondo-se-lhes igualmente, não sendo licito a ninguém empolgá-la ou eximir-se-lhe. Direitos e obrigações são iguais para todos.

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Fogos – Fátuos


João Paulo Freire

(Mário)

Porto, 1923

TUDO quanto se coordenou neste volume sob a rubrica geral de Fogos-Fátuos veio publicado no diário lisbonense A Imprensa da Manhã. Pareceu-me conveniente arquivar em livro as duas partes deste volume. A primeira porque dizendo respeito a melhoramentos e iniciativas nacionais mais facilmente pode ser consultada pelos que a estas ninharias dedicam a sua inteligência e o seu esforço, tão inútil perante a contra-maré imbecil das massas; a segunda porque constituindo por si mesma uma série de interessantíssimos depoimentos para a desgraçada história do movimento revolucionário de 19 de Outubro de 1921, à História pertence e como tal a ela é devida, exactamente como o calhau bruto e informe faz parte do edifício que se constrói.

Chamo ao livro Fogos-Fátuos…
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