Fernando Moreira de Sá
Caros companheiros do Estrolabio, dou início às hostilidades nesta casa com um texto de ficção. Pode parecer verdadeiro mas é pura fantasia. Juro pela saúde do meu periquito.
O recente fecho do 24Horas não teve direito a muitas velas pela sua memória na blogosfera e na imprensa em geral. Para muitos não passou de uma simples nota de rodapé. Pode parecer estranho...
O 24Horas, a exemplo do Tal & Qual, praticava um jornalismo nada ao gosto dos nossos jornalistas mas com clientes certinhos no público em geral. Um misto de tablóide inglês com umas pitadas aqui e ali de algum mau gosto e sem papas na língua. Sempre me fez lembrar a história da revista Maria: nunca lhe conheci um comprador mas vende que se farta. Quando a direcção do diário da Controlinveste decidiu acabar com os classificados, estranhei. Aliás, em conversa informal com um comercial disse-lhe temer o pior, em termos financeiros, no futuro. Era uma fonte de receita perfeitamente cimentada. Pela mesma altura mudaram-lhe o formato e o aspecto gráfico. Para os leitores habituais foi um choque. No caso dos restantes foi um sopro de esperança. Aconteceu o pior: a clientela antiga fugiu a sete pés para o Correio da Manhã e a nova clientela potencial, obviamente, preferiu não passar da fase de experimentação.
O diário da Cofina agradeceu, aliás, nos últimos anos farta-se de agradecer ao somatório de tiros nos pés dos responsáveis da Controlinveste que, com denodo, tudo continuam a fazer para melhorar as audiências do…Correio da Manhã. Pode parecer estranho…
O insólito de tudo isto é a decisão, sem apelo nem agravo, de fechar o 24Horas sem, ao que julgo saber, uma simples e singela auscultação ao mercado para saber se, por mero acaso, não haveria nenhum interessado na aquisição do título. Pode parecer estranho…
…Excepto se, por outro mero acaso, a Controlinveste não tiver mudado de mãos ou não tiver sido prometida a terceiros que, a bem do negócio, pediram uma rápida cura de emagrecimento – ninguém gosta de comprar um grupo empresarial e ter de iniciar processos de despedimentos, sobretudo nesta área de negócio. Esse trabalho deve ser feito pelos anteriores mesmo que com dinheiro dos posteriores proprietários. Pode parecer estranho mas são estas as regras do jogo.
terça-feira, 20 de julho de 2010
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Bem-vindo ao Estrolabio, Fernando Moreira de Sá. A tua abertura de hostilidades, não podia ser melhor, falando-nos dessa região crepuscular das empresas jornalísticas, que tão bem conheces.
ResponderEliminarÉ como as mulheres divorciadas que voltam ao mercado, fazem umas plásticas de emagrecimento...
ResponderEliminarObrigado, meus caros.
ResponderEliminarPara primeiro post, não está mau não senhor.
ResponderEliminarAliás, o último parágrafo é um paradigma digno de ser, digamos, "mais aprofundado"...
Faltou dizer que só tem um defeito. É um Dragão em labaredas.
ResponderEliminarÉ triste falar do que nao se sabe... ou será que também foi encomendado?
ResponderEliminarCaro anónimo: Prisa, Ongoing, etc, diz-lhe alguma coisa ou prefere esperar? E quanto à ser encomendado, se assim fosse faria como você, escrevia como anónimo...
ResponderEliminaro "a" é sem acento, sorry...
ResponderEliminarO anónimo é um triste e um cobardolas!Encomendas tens tu, não é?
ResponderEliminarOs trolls (existe em português a palavra "trolho") começam a aparecer no nosso blogue - é sinal de que crescemos. Existe um bom remédio contra este tipo de praga - eliminar os comentários que não nos cheguem devidamente identificados e também os que contenham ofensas ou palavrões gratuitos. A bem da higiene.
ResponderEliminarApagar é o remédio!
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