quinta-feira, 26 de agosto de 2010

700 escolas a mais e autonomia a menos!


Luís Moreira

Temos níveis de educação baixíssimos e 700 escolas a mais? Alguem, no passado, congeminou que construir escolas era fundamental para melhorar a educação, o contrário do que se pensa agora. E, enquanto tivermos as escolas centradas no ministério, por cada equipa ministerial que toma posse teremos uma política diferente. Muda-se tudo!
A primeira prioridade é dar autonomia plena às escolas, contribuir para um quadro de professores estável, um ambiente de proximidade, envolver professores, pais de alunos, instituições civis e empresariais, autarquia...

Agora vamos ter mega agrupamentos, concentrar serviços administrativos, financeiros e fazer a gestão de dois/três mil alunos, enquanto nos países que já fizeram isto, há anos, se arrepia caminho e se volta ao "small is beautiful".

Os alunos numa escola não andam todos no mesmo ciclo, por isso esta medida vai apanhar alunos de todas as idades, para uns ,os mais velhos, será favorável conhecer outros jovens e outros professores, para outros vai ser uma odisseia. Na maior parte das vezes má.

O que o governo não faz é negociar com os professores, os pais, as autarquias e associações civis e empresariais, uma autonomia plena para a escola, inserindo-a no seu ambiente, favorecendo a proximidade, a estabilidade e o mérito, isso não, o Ministério deixava de ter a quem mandar as milhentas regras, regulamentos e más disposições diárias.

E ter treze disciplinas, além de estragar a coluna aos jovens com o peso da mochila, tambem contribui para os alunos aprenderem alguma coisa?

Esta questão leva-nos a outra. Que saberes? Português e Inglês, matemática e disciplinas científico-naturais? Ou ênfase nas disciplinas humanistas? Ou como sempre fizemos, prioridade a todas e estarmos mal preparados em todas? E é preciso começarmos pelo primeiro ano para só daqui a 14 anos vermos resultados? Não, deve avançar-se em pequenos passos, introduzindo as alterações no 6º, no 11º e assim por aí adiante.

Mas é claro que não haverá uma escola nova estando centrada no Ministério, nunca a colocação de professores terá que ver com a coesão de uma equipa, os programas pedagógicos nunca terão a ver com a região em que a escola se insere e com as características sociais dos alunos.

Autonomia, competências, responsabilização, são as chaves de alunos melhores preparados e de professores mais motivados. Sem esta mudança, vamos andar toda a vida, como já andamos há dezenas de anos, atrás do "eduquês", das experiências pedagógicas, por cada equipa ministerial que toma posse muda-se tudo!

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