Luis Moreira
O primeiro ministro descobriu agora que é preciso investir "e" exportar.
Exportar, num país que nunca teve um superavite na balança comercial, é tão óbvio que nem sequer vale a pena perder tempo a explicar as razões. Todos dizem o mesmo há muitos anos que a economia devia focar-se na produção de bens e serviços transaccionáveis e não no mercado interno como fazem a maioria das grandes empresas portuguesas.
Para exportar é preciso ser competitivo, inovador, com capacidade de lutar em mercados abertos de igual para igual com empresas de outras nacionalidades. Para isso, é preciso investir, em novas máquinas, na inovação, no estudo de mercados, na procura das melhores matérias primas, na formação do pessoal...
Acontece que cá na terra o investimento é feito nas autoestradas e em grandes obras públicas para alimentar as grandes empresas e os bancos. Em ciclos de mais ou menos dez anos aí temos nós as obras públicas, como durante muito tempo este governante tentou, contra todo o bom senso, levar ao ponto de não retorno o TGV, e o Novo Aeroporto. Felizmente que não há dinheiro senão teríamos aí mais umas Parcerias Públicas Privadas que ninguem sabe como se vão pagar a partir de 2013, e que representam já entre 1 e 2% do PIB. Se lhe juntarmos os juros da dívida uma parte importante da riqueza criada, no futuro, já está "entregue aos bichos".
É, pois, estranho que aquele "para" não tenha sido utilizado na expressão de Sócrates, esta falta dá-se a muito más interpretações...
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
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