sábado, 21 de agosto de 2010
A off shore poderá ser a mesma?
Luís Moreira
Há um processo saído do segredo de justiça que nos diz que há arguidos por cujas contas passaram milhões de euros em notas e moedas e que esse dinheiro vivo, que não deixa rasto, desapareceu em off shores sem que a polícia conseguisse encontrar o destino.
Outro processo, em que apartamentos de luxo foram comprados por metade do preço declarado pelos outros inclinos, 350 000 euros, foram pagos com dinheiro vindo de uma off shore de que não se conhece o titular.
Num caso e noutro a figura central é um homem público de que se conhece a carreira profissional e sobre o qual têm recaído suspeitas, sem contudo ter sido acusado por falta de provas suficientes.
Para a Justiça, até prova em contrário toda a gente é inocente, mas para o homem comum que pensar daquela coincidência? Há que dizer que o processo dos apartamentos prescreveu por terem passados dez anos sobre o ínicio do preocesso e, como tal, não se chegou a conclusão nenhuma.
Estamos de acordo que muitas das notícias foram originadas em guerras absurdas e rasteiras de certos poderes, mas o extraordinário conjunto de factos mal explicados, de gente amiga ocupar lugares estratégicos na investigação, nas zangas e queixas recíprocas, nas coincidências, deixa que se feche os olhos e se faça de conta que "é só fumaça"? Ir por esse caminho, como se nada tenha a ver com uma figura que tem que viver da credibilidade e da confiança, não é contribuir para o desgaste do que verdadeiramente importa? A nossa vida pública, a Democracia?
Que dizer daquela coincidência? É ou não lícito para o homem comum pensar que o dinheiro entrou numa off shore e saiu pela outra? E, no entanto, o dinheiro saiu antes de ter entrado! Mas é normal um homem público ter off shores que pagam o apartamento onde vive?
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Em Portugal é tudo normal.
ResponderEliminarNo tempo em que não havia off-shores o caroço também entrava por um lado e saía pelo outro e o homem comum, exactamente por ser comum, calava o ilício tornando-o líciti com o seu silêncio.
Mas Deus é grande ó Luís Moreira.
Poi é, meu caro! E perder a capacidade de nos indignarmos ainda é pior.Entre gargalhadas dois amigos meus, um deles figura pública, contam que a história que levou ao arquivamento do processo passa por uma herança que alguem que já morreu deixou na off shore.Sem mais!Tudo prescrito!
ResponderEliminar