quarta-feira, 25 de agosto de 2010

República nos livros de ontem nos livros de hoje - 119 e 120 (José Brandão)

Na Primeira Presidência da República Portuguesa

Manuel D’Arriaga

Clássica Editora, 1916


Começaremos por confessar que nunca fomos políticos de profissão. A política como ela se pratica em Portugal deturpando a pureza do sufrágio, foi sempre aos nossos olhos uma das causas primaciais da degradação dos costumes e da decadência do País.

Se a política (ciência e arte de bem governar) fosse a prolongação e o complemento da medicina e da higiene e como tal introduzisse e mantivesse nos Órgãos da vida colectiva, o concurso, a mutualidade e a solidariedade que a natureza impõe aos órgãos da vida individual, por cujas virtudes triunfam as maravilhas da criação: a política alcançaria em toda a redondeza da Terra a estabilidade das instituições humanas, a independência e a felicidade dos indivíduos e dos povos. frestas circunstâncias nós seriamos políticos de profissão.

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A Noite Sangrenta

José Brandão

Publicações Alfa, 1991

O Pais estava no rescaldo do Sidonismo e da Monarquia do Norte, conspirava-se à barba longa, com a própria Polícia de Segurança do Estado a tomar parte activa nos diversos conluios revolucionários.

Entretanto, na chefia do Governo, António Granjo era uma espécie de condenado a caminho da Rocha Tarpeia, convencido de que caminhava para o Capitólio e, por consequência, para o triunfo.

A República era mais que nunca «uma marcha heróica para um cano de esgoto», conforme dizia o escritor Raul Brandão.

O sangue da Noite Sangrenta era do tom do vermelho da bandeira republicana de 5 de Outubro de 1910. Era sangue de fundadores do regime e de homens com nome gravado na glória verde-rubra, era sangue da República, era sangue de Portugal.

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