quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Republica nos livros de ontem nos livros de hoje - 98 e 99 (José Brandão)


Machado Santos,
A Carbonária e a Revolução de Outubro


João Medina

Lisboa, 1980

Se observarmos com atenção esta figura política que os historiadores parecem querer esquecer, não podemos deixar de sentir uma espécie de embaraço misturado com muita perplexidade, já que tudo se mostra contraditório e por vezes mesmo paradoxal no destino e na alma do homem que fundou a República, que foi o braço armado que, na hora decisiva em que todos desanimavam e alguns desertavam já, fez pender a balança da História para o campo dos revoltosos e, no reduzido acampamento da Rotunda, com uns quantos sargentos, praças e civis, verdadeiramente arrebatou a vitória nos dias 4 e 5 de Outubro de 1910. Contraditório destino, estranha actuação a deste marinheiro da administração naval que vence no campo militar, quando os verdadeiros combatentes se suicidam ou se retiram, como os oficiais que decidem abandonar as barricadas por considerarem que a Revolução falhara!
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Machado Santos


“O Fundador da República”


Eurico Carlos Esteves Lage Cardoso

Lisboa, 2005

Por nos parecer que a figura do vice-almirante Machado Santos, ele que foi um dos principais, diremos mesmo, o principal protagonista da Revolução de 5 de Outubro de 1910, tem sido sistematicamente "esquecida" pelos adeptos do Regime pelo qual se bateu, pensámos, com objectivos estritamente históricos, recordar quem foi e o que fez o oficial de Marinha que "fundou" a República e que foi considerado "Benemérito da Pátria" pelas Constituintes.

Já que o não fizeram, até hoje, os seus correligionários, passados que foram 84 anos sobre a data do hediondo crime que roubou a vida ao comandante da Rotunda, resolvemos nós, que por coerência não aplaudimos nem aprovamos o seu feito, avivar a memória dos republicanos, particularmente dos que detêm o Poder, a fim de que prestem a homenagem devida ao revolucionário a quem tudo devem.

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