quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Republica nos livros de ontem nos livros de hoje - 105 e 106 (José Brandão)

As Memórias do Chefe da Polícia Pereira dos Santos

Manuel Nunes

Editora Marítimo-Colonial, 1945

m sempre a biografia é o homem. Mas neste caso é – e longamente vivida, agitada, sofrida. Pereira dos Santos pode considerar-se hoje, dentro da sua profissão, um nome nacional. Todos o conhecem, até mesmo os que não passam pelas malhas da Justiça. Tem um passado e um presente. Aquele serviu-lhe de lição, e agora, já com cabelos brancos, e uma folha magnífica de serviços pode ser considerado o policia n. º 1.

Na Inglaterra ou nos Estados Unidos, dar-lhe--iam o titulo de detective e já teria figurado num daqueles filmes da série «Crime e Castigo».

Em Portugal, até à data, nem sequer um livro de memórias, alguma coisa de vivo e flagrante que registasse a sua actividade ao serviço do bem.

José Sarmento pensou escrever esse livro. O projecto não se converteu em realidade porque a morte arrefeceu a mão do brilhante jornalista.

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Memórias Duma Época



Sá Cardoso

Lisboa, 1973

Eu sei que é muito mais simples, mais rendoso e menos perigoso, concordar do que discordar, eu sei que é preciso um pouco de pertinácia e talvez até um pouco de coragem para dar expressão ao pensamento, quando ele é discordante do ambiente. Eu sei; mas mais alto de que o nosso sossego ou que a nossa vida, está o ideal pelo qual lutamos: o bem da Pátria.

E demais, para que serve o pensamento se o não podemos expandir?

Foi a falta de expansão de pensamento, a abulia e a impotência intelectual, cultivadas e criadas neste Pais durante os 40 anos da «Era de Salazar» que geraram um povo atrofiado e apático mentalmente.

Não me vou ater ao obrigatoriamente «estabelecido» e as minhas «Memórias» que podem enfermar da fraqueza dos assuntos ou da sua ordenação, são, contudo, alicerçados na verdade dos factos…

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