domingo, 29 de agosto de 2010

República nos livros de ontem nos livros de hoje - 127 e 128 (José Brandão)


Operárias e Burguesas

Maria Alice Samara

Esfera dos Livros, 2007

No final do século XIX, princípios do século XX, estas mulheres iniciaram uma dura e longa batalha pela sua emancipação e igualdade a nível social, político e cultural. Adelaide Cabete, médica, professora e uma incansável lutadora; Alice Pestana, sempre em defesa da educação feminina e da criança; Guiomar Torrezão, a operária das letras que fez dos jornais e das suas obras publicadas em livro as armas da sua luta; Domitila de Carvalho, a primeira mulher a entrar na porta férrea da Universidade de Coimbra; Regina Quintanilha, a primeira mulher a vestir uma toga; Angelina Vidal, que deu a sua voz pelos mais desfavorecidos; Maria Rapaz, que se fez passar por homem para conseguir melhores condições de vida, são algumas das vozes deste livro. Muitas destas ambições caíram por terra com o final da I República e com o advento do Estado Novo que procura remeter as mulheres para a esfera doméstica.
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As Origens da República

Flausino Torres

Prelo, 1965

Não é preciso ser um genial observador para, de 1870 em diante, verificar que ou a monarquia muda de rumo imediatamente ou caminha apressadamente para o seu desaparecimento.

Não são só os republicanos que pensam desta forma; porque as primeiras forças republicanas estão nascendo nesse momento.

Mas os monárquicos, metidos ou não na organização política ou administrativa do tempo, se não afirmam expressamente que a monarquia vai morrer, atacam-na, contudo, de tal maneira que outra coisa não se pode esperar para o futuro.

Isto não quer dizer que alguns dos maiores escritores da época não continuem a trabalhar para a monarquia. Tendo até por vezes partido da república! Lembramos neste momento Oliveira Martins, Ramalho Ortigão e Antero de Quental. Qualquer deles passa para o serviço da monarquia.

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4 comentários:

  1. Este Estrolábio está a ficar com um grande défice feminino. Qualquer dia temos pensar nas quotas :)) I'm joking! Mas preocupa-me bastante.

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  2. Curiosamente, quando falei em défice feminino. o sistema reagiu mal e mandou-me uma palavra de verificação que significa "vírus que infectam bactérias". Não sei o que isto quererá dizer.

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  3. No livro que o José brandão inclui na sua monumental bibliografia da Primeira Republica,sobre as condição feminina no princípio do século XX, a Maria Alice Samara traça-nos um fresco sobre a luta feminina que, nesses anos, andava bem longe das actuais preocupações das mulheres... É um excelente livro, assim como é excelente ste trabalho do nosso José Brandão.
    Quanto às quotas aqui no Estrolabio, penso que a situação (que já melhorou com a tua entrada e a da Andreia) tem tendência para melhorar ainda mais, pois há entradas femininas previstas.

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  4. Completamente de acordo, o estrolabio tem uma parte feminina essencial e insubstítuivel.E precisamos de mais "teenagers" (feminino e masculino) para melhorar a média etária (aqui só me refiro aos homens...)

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