sábado, 14 de agosto de 2010

Um livro que eu li - Aljubarrota Revisitada

Luís Moreira

Coordenação de João Gouveia Monteiro e editadp pela Imprensa da Universidade de Coimbra, este livro procura respostas a dúvidas curiosas.Para isso utilizou prospecção geofísica; realização de uma intervenção arqueológica; reavaliação do espólio osteológico encontrado por Afonso do Paço em três valas comuns junto da actual Ermida e que estava guardado há mais de 40 anos em caixotes colocados num sotão.

Sabe-se, por documentos escritos por cronistas presentes na batalha, que esta se travou próximo das 18 horas, no local onde hoje se encontra a Ermida ( basicamente a frente do quadrado português), que o campo de batalha foi uma segunda escolha e que a contenda, apesar da diferença em número de homens e de equipamentos favoráveis aos espanhóis, não chegou a durar uma hora.

Na primeira posição, o exército português ofereceu-se numa posição acerca de 2 kms a norte do local onde está hoje a Ermida, mas era de tal forma favorável que o exército espanhol rodeou o obstáculo pelo lado do mar, e foi plantar-se num amplo terreno.O exército português recuou então, para o local onde se efectuou a batalha.Esta movimentação foi estratégica? D. Nuno e os seus tenentes, bem como D.João l que comandava a rectaguarda, já tinham este terreno preparado, ou foi tudo feito após a decisão esoanhola? A única certeza é que num caso e noutro as posições barravam o caminho para Lisboa.

As "covas de lobo" encontradas às centenas bem como os fossos, foram abertos pelo exército anglo-português já com o exército espanhol à vista ?

Sabe-se tambem que o Duque de Alba, da mais alta Nobreza Espanhola, muito jovem e sonhador, depois de visitar o acampamento português (regra medieval que permitia que uma delegação de cavaleiros visita-se o campo adversário) ainda mais convencido ficou que não precisava de esperar pelo resto da tropa espanhola, cuja rectaguarda, com o Rei D.Juan I a viajar de leiteira por causa da gota de que sofria, estaria acerca de 30 kms de distância.

A batalha de Aljubarrota é tida como uma das mais violentas e cruéis,e das mais conhecidas pela influência que teve no comportamento militar da época. Muitos dos archeiros Ingleses eram mercenários com vasta experiência na guerra entre Ingleses e Franceses. Há documentos autênticos de combatentes e, até, uma carta do rei D.Juan l a queixar-se dos "truques" que os Portugueses utilizaram.

É, evidente, que a posição Portuguesa estreitou a frente de combate,fazendo cair nos fossos e na "covas de lobo" os cavaleiros espanhóis, tendo sido depois dizimados pelos archeiros ingleses que estavam colocados nos flancos. Cavaleiro medieval que caísse já não se levantava, tal era o peso da armadura. Aljubarrota foi o principio da infantaria em detrimento da cavalaria medieval.

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