segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Gays - afinal o comportamento é mesmo de risco!

Luis Moreira

Que dizer desta notícia? Aumento de casos de Sida entre jovens casais homossexuais em Portugal "é preocupante"!

Contra todas as evidências, houve quem dissesse que o cozinheiro homossexual, não constituia perigo acrescido em relação ao cozinheiro hetero, no caso de se cortar e o sangue correr para cima da salada. Não interesssa, diziam, se é ou não homossexual, interessa sim o "comportamento", Ora, o facto, é que o "comportamento" homossexual é em si mesmo um perigo acrescido, pois as práticas sexuais a que se dedicam são violentas (no sentido que os orgãos nao foram criados para aquelas funções).

O aumento de casos de SIDA em homossexuais tem que ser encarado como uma prioridade, desde 2005 que praticamente duplicou. O alerta vem de um estudo francês que mostra que a doença, entre os jovens casais homossexuais franceses, está fora de controlo, é 200 vezes superior ao numero de casos encontrado nos grupos heterossexuais. Esta questão já tinha sido motivo de alerta noutros países europeus onde a tendencia é igualmente preocupante, contrariando a queda dos números em outros grupos afectados.

"Estamos a assistir à fadiga da prevenção" na Alemanha, na Holanda, em Espanha, em Portugal, no Reino Unido . Os médicos bem avisam, mas há sempre quem saiba tudo e ganhe sempre nas discussões, não no sentido de se esclarecerem as coisas, mas no sentido de impor a sua ideia aos outros. No ano passado, com o óbvio interesse político do PS, a discussão foi ao ponto de se considerar que não havia "grupos" de risco" há, sim, "comportamentos de risco", o que é verdade, mas estes números vêm-nos dizer que o risco é muito maior.

Estão aí os números, a homossexualidade exige comportamentos prudenciais muito superiores aos heterossexuais, e nisto não há nenhuma opinião negativa em relação aos gays.

Entretanto, os cientistas estão considerar que a adaptação humana ao VIH pode ser muito lenta, não sendo assim de esperar uma resposta do sistema de defesa imunitária. " O HIV é a carta fora do baralho, todos os outros vírus impõem uma mortalidade muito mais reduzida" diz Michele Worobey da Universidade do Arizona."Aconteceu algo com este vírus no século XX que o transformou de benigno em algo capaz de iniciar uma epidemia", declarou após estudos na Ilha Bioko perto dos Camarões, onde observou a evolução de várias espécies de macacos com várias espécies de SIV (vírus de imunodeficiência símia). A ilha está isolada há 12 000 anos.

16 comentários:

  1. Luis, quero acreditar que não pensas desta forma que alimenta a discriminação e promove o estigma. É sobejamente conhecido que o sexo anal é um comportamento de risco e não é apanágio somente dos Homens que fazem sexo com Homens (HSH). O problema é a ausência de informação e a ilusão de que apesar da SIDA não ter cura, trata-se, ignorando-se como o tratamento é penoso. A necessidade da prevenção reaparece em força, como foi assinalado no Congresso de Viena em Julho passado. Voltarmos a duas décadas atrás elegendo grupos de riscos é regressarmos a era onde o preconceito era dono de cada cabeça. Assim espanto-me que caias nessa rasteira!
    A prevenção é cada vez mais necessária contra os COMPORTAMENTOS DE RISCO!
    Abraço
    Ethel

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  2. Os números indicam claramente o contrário, não acredito que os heteros mantenham todos a prudência e os homo não. De qualquer forma, manter a guarda levantada é o mais certo e o que melhor defende as pessoas.Um aumento 200 vezes superior aos heteros dá que pensar e não é por os heteros serem mais cautelosos.
    Abraço

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  3. Foram os homossexuais as primeiras vítimas do HIV, agor passado o tempo do medo, são novamente os homossexuais as vítimas maiores do HIV. Não seria melhor para todos, principalmente para os homossexuais, admitir que o grupo é mesmo de risco? Que perante o mesmo comportamento o risco dos homossexuais de contrair a doença é muito superior ? Os números explicam-se como? Os heterossexuais continuaram a ser prudentes e os homossexuais não?

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  4. Luís, sem querer reacender as nossas velhas "guerras" acerca deste tema, acho que é necessário ser prudente com este tipo de afirmações de forma a não a perpetuar, como diz a Ethel, um estigma.
    Ainda que o número de contágios entre homossexuais esteja a subir, continua a ser entre os heterossexuais que o nº de novos casos é mais alto a cada ano.
    Não estou de acordo quando dizes que "o "comportamento" homossexual é em si mesmo um perigo acrescido" porque estás a reduzir a homossexualidade a uma prática sexual específica - o sexo anal - que, de resto, não é exclusiva dos homossexuais.
    Há que insistir na prevenção, e ainda há um grande trabalho a fazer, com jovens e menos jovens, mas sem nunca limitar os riscos a qualquer grupo em particular. caso contrário, corremos o risco de deitar por terra os avanços das últimas décadas.
    um abraço

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  5. Carla, eu sei que isto é polémico, mas não será mais seguro dizer aos homossexuais que o risco é maior? Claro que se os heterossexuais se comportam como os homossexuais o risco é o mesmo. 200 vezes mais casos deve ter uma explicação. A última coisa que eu quero é levar as pessoas a manter preconceitos, mas não é importante que as pessoas saibam que o "coito anal" é mais perigoso que o "coito vaginal"? E polémicas contigo nunca mais, aprendi contigo a ver as coisas de outra forma, hoje percebo bem que ser gay merece todo o meu respeito.

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  6. Carla, muito obrigada. Foste muito clara e directa com o teu comentário. Estava aqui às voltas a pensar em como responder ao Luis, sem que corresse o risco de ser uma conversa a dois. Somos todos uma soma de muitos preconceitos, onde incluo-me, face à enorme ausência de informação.
    Trabalhei com grupos focais de jovens. A ciência manda que sejam trabalhados em separado. Diagnosticámos os comportamentos de risco da comunidade, levantámos as falhas de informação. Os grupos construiram mensagens fabulosas para a prevenção do VIH. Nessas sessões a maioria conhecia o preservativo, no entanto contam-se pelos dedos os que sabiam usá-lo correctamente. Este é um exemplo da informação que não se transforma em conhecimento. Os comportamentos de risco são vários e as jovens raparigas continuam a não saber negociar o uso do preservativo. Estamos em Portugal, no século XXI, e há tanto por fazer! Nem todos os homens que fazem sexo com homens são homossexuais, Luis. É importante lutarmos e indignar-mo-nos contra a discriminação e o estigma. Tenho amigos seropositivos. Conheço de perto o medo. Está na altura de levantarmos a voz contra esse medo que nos aprisiona! Está na altura, Luis de olhares para esta temática de uma forma mais generosa. Beijo

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  7. Se a informação chegasse, não havia problemas destes, nem outros... É preciso interiorizá-la, confrontá-la com o nosso passado, com os preconceito, com o connosco mexe. Todos sabemos que fumar faz mal... que beber alcool em excesso também, que o consumo exagerado de hidratos de carbono nos pode abreviar a vida em muitos anos... E fuma-se, e bebe-se e empanturram-se em batatas fritas e doces!!
    Com os pais com quem trabalho não dou informação, que essa já eles a têm, faço a ponte com a vida que tiveram enquanto pequenos, com a dos pais deles e com o presente, com filhos pequenos. Assim, algumas coisitas vão mudando: porque reflectiram em conjunto, porque as viveram em role-playings, porque as desenharam, porque ouviram de outros - e não de técnicos - possíveis soluções para os seus problemas. Temos que deixar e ENSINAR de cátedra!!!

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  8. É bom ler pessoas que conhecem e que têm experiência no terreno com pessoas em risco.Tambem é para discutir estes assuntos que o estrolabio existe. Olha, por exemplo, não sabia que heterossexuais faziam sexo com homens!

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  9. Enquanto tivermos grupos religiosos, políticos ... que sejam contra o uso do preservativo, que olhem de lado a homossexualidade, que sejam contra aulas de educação sexual nas escolas, que, que, que... tudo o que seja passos na prevenção da doença é quase remar contra a corrente.

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  10. é de notar que os nossos amigos homens, às excepção do Luis não se manifestam sobre este tema. e falamos de discriminação...

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  11. A última vez que me meti numa discussão sobre o tema ia com a intenção de apaziguar e foi como se pretendesse apagar um fogo deitando-lhe petróleo - foi uma bronca. Há no blogue quem saiba como foi. Há aquilo a que erradamente se chama homofobia, o preconceito contra os homossexuais, e criou-se nos últimos tempos o preconceito inverso - não se pode dizer nada que possa, de algum modo, beliscar sensibilidades. Ora a minha posição nem é de condenação de uma opção, que não sendo normal (já vai causar engulhos)é legítima, nem de uma protecção excessiva que levou a que no Brasil se criasse uma associação de defesa dos direitos dos heterossexuais (qualquer coisa assim). Os lóbis de homessexuais existem cá e lá e não contem com a minha simpatia. E mais não digo.

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  12. É verdade já aqui trouxe a notícia de um deputado brasileiro que propôs a defesa da minoria heterossexual.

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  13. Durante anos os números evidenciaram um claro crescimento de casos para os heterossexuais, enquanto os homossexuais que foram os primeiros alvos destas epidemia, revelaram ter aprendido mais com a prevenção que qualquer outro tipo de grupo de humano de orientação sexual na temática do VIH. Contudo não os vimos, virem reflectir sobre as tendências do sexo ou da toxicodependência dos heterossexuais como grupo de risco. Porque será? Porque aprenderam à sua custa a dor do estigma e do preconceito (já agora de dois). Porque ser heterossexual não tem preconceito na nossa sociedade, não tem estigma e uma associação de defesa dos heterossexuais faz o mesmo sentido que uma associação de defesa dos BOERS na Àfrica do Sul em pleno Apartheid...só serviria para reforçar o status quo. As associações e as ONG devem ser encaradas sociologicamente como estatrégias sociais/grupos de pressão com objectivos sérios, ou andamos aqui a discutir o sexo dos anjos. Esse é o seu enquadramento e que os gays tenham um lobbt, acho justo. A igreja é um grupo maioritário e tem o seu...No entanto o seu papel no tratamento da Sida é fantástico, já na prevenção é lamentável. Pedir abstinência nas sociedades em que vivemos revela-se o que conhecemos: um fracasso.
    Quanto ao "sexo violento" dos homossexuais é uma frase perfeitamente homofóbica e só quem quiser taxar um grupo com etiqueta o fará com leve ânimo, ou quem não souber surfar pelos inúmeros sites de oferta (ou se fizer inocente) face à realidade da vida que existe no sexo entre homem e mulher. Tudo quanto um gay faz na cama em termos de sadomasoquismo um casal hetero tem disponível.Basta ver o que são as feiras de sexo actualmente e a afluência que têm...A maioria dos visitantes não são apenas curiosos, gays e trabalhadores do sexo, desenganem-se. Conheçam o sucesso por esse país fora da "Maleta Vermelha"...
    Por outro lado a femeninização do VIH é explicada em grande parte pelo sexo não consensual entre homem e mulher e pelaos inúmeros índices de violência doméstica, disponíveis para os autores e seguidores deste blogue.

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  14. Durante anos os números evidenciaram um claro crescimento de casos para os heterossexuais, enquanto os homossexuais foram os primeiros alvos destas epidemia, revelaram ter aprendido mais com a prevenção que qualquer outro tipo de grupo de humano de orientação sexual na temática do VIH. Contudo não os vimos, reflectir sobre as tendências do sexo ou da toxicodependência dos heterossexuais como grupo de risco. Porque aprenderam à sua custa a dor do estigma e do preconceito (já agora de dois). Porque ser heterossexual não tem preconceito na nossa sociedade, não tem estigma e uma associação de defesa dos heterossexuais faz o mesmo sentido que uma associação de defesa dos BOERS na Àfrica do Sul em pleno Apartheid...só serviria para reforçar o status quo. As associações e as ONG devem ser encaradas sociologicamente como estatrégias sociais/grupos de pressão com objectivos sérios, ou andamos aqui a discutir o sexo dos anjos. Esse é o seu enquadramento e que os gays tenham um lobbt, acho justo. A igreja é um grupo maioritário e tem o seu...No entanto o seu papel no tratamento da Sida é fantástico, já na prevenção é lamentável. Pedir abstinência nas sociedades em que vivemos revela-se o que conhecemos: um fracasso.
    Quanto ao "sexo violento" dos homossexuais é uma frase perfeitamente homofóbica e só quem quiser taxar um grupo com etiqueta o fará com leve ânimo, ou quem não souber surfar pelos inúmeros sites de oferta (ou se fizer inocente) face à realidade da vida que existe no sexo entre homem e mulher. Tudo quanto um gay faz na cama em termos de sadomasoquismo um casal hetero tem disponível.Basta ver o que são as feiras de sexo actualmente e a afluência que têm...A maioria dos visitantes não são apenas curiosos, gays e trabalhadores do sexo, desenganem-se. Conheçam o sucesso por esse país fora da "Maleta Vermelha"...

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  15. Por outro lado a femeninização do VIH é explicada em grande parte pelo sexo não consensual entre homem e mulher e pelaos inúmeros índices de violência doméstica, disponíveis para os autores e seguidores deste blogue.
    Por outro lado o aparente espanto aqui referido sobre os heterossexuais fazerem sexo com homens, por isso mesmo a designação que a comunidade cientifica internacional optou - tal como muitos sabem e foi aliás conduzido recentemente o maior estudo que até hoje foi feito, o EMIS que a utilizou com sucesso - HSH (Homens que fazem Sexo com Homens) para designar uma variável inclusiva de pessoas que não se consideram como tal, mas que possam ter essa prática. Em termos menos sintéticos e no entanto, entendemos a bissexualidade e a homossexualidade com as formas de encarar esta realidade assertivamente, mas o sarcasmo não é uma delas.
    Entendemos também que face à duração da epidemia e ao tempo de exposição à mesma, que os estudos sérios que estão a ser conduzidos, como o que referimos atrás e muitos outros que se seguiram, a seu tempo explicarão duma forma séria a contextualização desta temática. Reduzirmos a questão a grupos de risco seria corresmos o enorme risco de fazermos mais injustiças e criarmos mais estigma, como é dito no paladar da loucura...podermos erroneamente chegar à femenização do VIH em que os casos são heterossexuais e infelizmente muito mais difíceis de controlar e incluí-la também noutro grupo de risco. Nunca mais parávamos de inventar catálogos e culpabilizações. Uma coisa são fenómenos epidemiológicos e identificações de variáveis de risco em populações sensíveis cuja elevação de consciência "awareness" (HSH) ou empoderamento (como no caso das mulheres) é necessário, por exemplo.
    Os riscos de "etiquetas deste tipo são claros: Temos regiões no mundo onde iríamos colocar em evidência que ser mulher e negra seria pertencer a um grupo de risco, porque são alvos fáceis do VIH onde as organizações por todas as formas que lhes é possível intervir há décadas. Todavia, ambas sabemos as dificuldades do terreno, como sabemos hoje o crescimento dos nºos na Terceira Idade. Sim, porque são hoje um nº em crescimento também...Teremos que os taxar como grupo de risco?
    Meus senhores o que faz a morte antecipada dos portadores do VIH é estigma. As pessoas respeitam os cancerosos, sejam toxicodependentes, prostitutas ou homossexuais.
    Seja quem for que padeça duma patologia, amanhã pode-lhe vir parar à porta. Vamos manter uma postura de identificação com o outro e menos de distanciamento seja qual for o seu comportamento sexual. O que provoca revolta nas pessoas é esse sentimento que aqui se revela "tiveste comportamentos de risco porque és gay". Mas todos os dias mulheres e homens são vítimas do VIH, com sorte hoje como no passado os homossexuais vão ultrapassar esta fase. E têm também sido eles os maiores lutadores pela prevenção na história da Sida e os que saltaram para a frente na conquista de direitos e de medicamentos que hoje tratam todos, não apenas os da sua orientação sexual. Os chamados grupos de risco, são pessoas que no seu conjunto estão episodicamente a sofrer um aumento de casos no seu grupo social. Não lhe vamos colocar uma lupa em cima e de novo, associando-lhe preconceitos sobre mecanismos de prazer sexual supostamente errado, pois está provado do ponto de vista psiquiátrico que o coito anal não é uma parafilia com pendor patológico mental, todas as orientações sexuais são livres de praticar o que bem entenderem...em segurança!

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  16. Muito bem, anónimo, Publicaremos se nos quiser enviar um texto sobre o assunto.

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