quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Noctívagos, insones & afins: Alçapões da linguagem - os empresários de esquerda

Pedro Godinho


Fazendo-se eco de agências internacionais, várias notícias referiram que a oferta de compra feita por três empresários de esquerda salvou da falência o diário francês Le Monde.

Presumo haver um significado especial na menção “empresários de esquerda”.

“Empresários” porque empresários, “de esquerda” porque de esquerda.

Mas porquê “empresários de esquerda”?

Se são “empresários de esquerda”, e não simplesmente “empresários” ou “de esquerda”, é porque haverá um tipo distinto de “empresários”: os “empresários de esquerda”. O que os caracteriza? Como se distinguem? Serão os empresários naturalmente de direita? O que faz deles “empresários de esquerda”?

Porque dirigem de forma diferente as suas empresas? Porque preferem o valor de uso ao valor de troca? Porque é outra a natureza das mais-valias? Porque partilham os ganhos com equidade?

No Le Monde, os jornalistas não aguentaram a sua condição de accionistas maioritários (antes considerada essencial para assegurar a independência editorial) e (com a aprovação de 90% dos próprios para entrega do controlo) passam a ser apenas assalariados.

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