Salamandra-de-pintas-amarelas (Salamandra salamandra)
“Biec! Que nojo!” Estarão alguns certamente a pensar…
A verdade é que os anfíbios (e os répteis) não causam tanta empatia entre os humanos como por exemplo, os mamíferos e as aves. Provavelmente o desconhecimento dos exemplares, as tradições e mitos (falsos!) associados a estes animais, elevam a repulsa muitas vezes sentida. Tudo o que seja rastejante e viscoso, pertence a um grupo de animais tradicionalmente excomungados, em que a maioria das pessoas diz “mata!”.
Os anfíbios são muito importantes como controladores de insectos e outros invertebrados. São bons indicadores biológicos e ambientais (necessitam de um ecossistema equilibrado). As grandes indústrias farmacêuticas procuram cada vez mais estes animais pelos compostos químicos presentes na sua pele com propriedades importantes (ex. analgésicos).
Conhecida por salamandra, saramela, saramantiga, ou salamaganta, a sua actividade é quase exclusivamente nocturna e está muito dependente de condições ambientais favoráveis, como humidade relativa elevada, temperatura nocturna ente os 4º e os 14º C e ausência de vento.
As salamandras estão protegidas contra predadores devido à sua elevada toxicidade, segregando substâncias tóxicas através das suas glândulas parótidas e por vezes também arqueando o corpo expondo as glândulas e exibindo a sua coloração, como medida de dissuasão. Alimentam-se de insectos, caracóis, lesmas, centopeias e aranhas.
Ocupam uma grande diversidade de habitats e em Portugal, as populações de salamandra mais vulneráveis, parecem ser as do Sul do país. Está sujeita a dois factores de ameaça principais: a destruição do seu habitat e a introdução de predadores em meio aquático (onde habitualmente de reproduzem). O caso mais representativo desta situação é o lagostim-vermelho-da-Louisiana abundante na região mais ocidental do Alentejo. A erradicação ou pelo menos controlo das populações de lagostim poderá ser a medida de conservação mais eficaz a implementar a curto prazo.
Curiosidades: No Sul de Portugal foi encontrado um indivíduo com 253 mm. (o tamanho médio varia entre 140 – 170 mm).
A longevidade conhecida para esta espécie na natureza é de 20 anos, podendo atingir 50 anos em cativeiro.
Uma crença popular afirma que as salamandras são as primeiras a chegar ao corpo do Homem depois de morto e enterrado. É tido como um animal peçonhento e muitas vezes é morto só por isso, como tantos outros…
Nota: As fotos foram tiradas em Fornos de Algodres.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
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Que prazer me dá ler estas coisas lindas...ainda que as salamandras me repugnem, desde criança. Em criança, (nasci e vivi no mais belo berço que pode haver, o campo) toquei e agarrei tudo quanto é bicho, menos salamandras. Que me perdoem, coitadas.
ResponderEliminarUm beijinho Andreia
Belo serviço, para conhecermos melhor estes "simpaticos" animais.No outro dia fui a casa do meu filho porque havia lá uma salamandra verde (não deve ser salamandra) o pobre do bicho só queria que lhe abrissem a janela para fugir para o sol.Os citadinos têm dificauldade em lidar com estes animaizinos.
ResponderEliminarÓ Andreia, eu não vivi no campo mas confesso que esses bichos também me fazem pele de galinha, apesar de terem uma pele linda. Uma beijoca para ti.
ResponderEliminarÉ verdade, Andreia, as cobras também eramos nós, sempre as mesmas. Não eram só as bruxas. Agora é que é caso para dizer: graças a Deus eramos tudo. Curioso é que as cobras, a mim, provocam-me uma mistura de atracção e repulsa. O Freud é que sabia interpretar isto :)
ResponderEliminarO que se dizia nas aldeia é que as cobras não faziam mal às mulheres os "sardinhões" é que sim, em certos dias especiais privativos das mulheres. Eram as velhas que diziam. tambem diziam: "filho da minha filha meu neto é, do meu filho será ou não" bruxas e cheias de sabedoria...:-)
ResponderEliminarRazão tenho eu para querer ser cremada. Se as salamandras são as primeiras a chegar...Luís, eu ouvia dizer que eram os lagartos.Dizia-se que as cobras iam, à noite, beber o leite do peito das mulheres que estavam a amamentar. Acho que era assim.
ResponderEliminarEu sabia que iria provocar uns arrepiozinhos... mas este foi só o princípio, digamos que, o aquecimento...Mais uma vez, obrigada pelos vossos comentários que me deixam com tão boa disposição. Os mitos que referem correm o país, e tenho tentado combatê-los de modo às vezes infrutífero. Os que referiram são os mais comuns, e quando tento explicar que as cobras não têm estrutura anatómica na boca, capaz de sugar (para mamarem), dizem-me "mas o meu avô dizia...". Na realidade, as cobras têm hemolinfa com aspecto leitoso e quando as matam, vê-se uma substância leitosa... ora como para o nosso povo, 2+2 são 5, os animais estiveram a beber leite! Mas mais deixo para as publicações das cobras...
ResponderEliminarAugusta, já viu o nosso poder? Temos realmente esta capacidade inata de sermos tudo... é fantástico sermos mulheres! E quando sucumbimos, não são as salamandras que aparecem... hehehehhe. E a salamandra verde, se estava perto de uma janela prontinha a fugir, não seria uma sardanisca? É que salamandras gostam de zonas húmidas, mas quando for assim, tirem uma foto e enviem-ma :-) Beijinhos
Luis, se fosse em ambiente húmido como diz a Andreia, ou mesmo aquático, podia ser um Tritão verde, com os mesmos hábitos das salamandras durante a reprodução. Dentro de casa duvido, seria um qualquer lagartito ou lagartixa. O mais certo é ser uma osga, que são cinzentas ao natural, e verdes quando envergam o equipamento do Sporting.
ResponderEliminarAndreia se não me tratas por tu nunca mais te falo. Ah, eu gosto muito de ser mulher e bruxa ainda mais. Um beijinho
ResponderEliminarÉ isso, Carlos é uma osga.A Andreia é tão simpática que eu até já acredito na tal história que por trás de um sapo há um principe...
ResponderEliminarIsso é a varinha mágica das fadas que faz: transformar um sapo num príncipe. Vês como gostas de contos de fadas? E as fadas más, no fim, são sempre derrotadas.
ResponderEliminarCaramba, ainda ontem tinha estado a pensar escrever sobre estes mitos - muher, cobra e leite! Não há coincidências? Mas 1º tenho que acabar as mulheres da Republica. Eu cá gosto de osgas e também de salamandras...
ResponderEliminarFalaram de sapos??? Está prometido, o próximo é um sapo!Isto é muito divertido... Um beijo para "Ti" Augusta e um aperto de mão aos Senhores :-)
ResponderEliminarÓ Andreia, um beijo, tenho tudo para ser um principe, sou feio,estou a engordar,começo a falar sozinho,caiu-me o cabelo...isto é, já sou sapo, falta só a melhor parte, que é encontrar a princesa.
ResponderEliminarAndreia, sapos não! Passamos a vida a engoli-los. Luís, quando for o lançamento cá em Lisboa, leva uma abóbora que eu transformo-te em príncipe.
ResponderEliminarConfundir uma lagarticha com uma salamandra,Luis, é demais! Pobres cidades que tanta ignorância campesina criam!
ResponderEliminarCoitada da Andreia. Onde ela veio caír ;)
ResponderEliminarÉ do parkinson, Adão.
ResponderEliminarLuis, parkinsónico estou eu, a escrever lagarticha em vez de lagartixa.
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