Lisboa, 1934
Cada homem que presa a sua honra e ouve sua consciência, tem por condição principal na vida, ser leal, sincero e oportuno, desde que esta oportunidade não possa ser tomada como conveniência material para servir os seus próprios interesses.
Ser oportuno é ter a noção exacta das suas atitudes quando a consciência lhas impõe. O que um homem de bem não pode fazer nunca, sob pena de dar aos outros o direito de o classificarem de menos digno, é usar perante os acontecimentos o estratagema da double face, do malabarismo repugnante de possuir duas honras, uma para uso caseiro e outra para uso público.
Quando se implantou a República, o novo regime encontrou-me do lado de lá da barricada. E nas horas de luta e de perigo, quando ser-se monárquico não era uma posição de gozo, mas de sacrifício, fui monárquico, abertamente, francamente, lealmente.
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Pensamentos de Guerra Junqueiro
Estela Brandão
Editorial Domingos Barreira, s. d.
Deixou bastantes cartas insertas em alguns livros: «O poeta do Só» de Eduardo de Sousa; «Entre Gigantes» de João Paulo Freire; «Vida, Poesia e morte» de Alberto de Oliveira;
Guerra Junqueiro. «Como ele escreveu», de Tomás da Fonseca.
Além destas, várias outras do Conde de Arnoso, a Luís de Magalhães, a Barbosa Calém, às «Novidades», a Fialho de Almeida e a José de Figueiredo.
Implantada a república em 1910, pertenceu à Assembleia Constituinte, e em 1911 foi ministro de Portugal na Suíça.
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